o capitalismo só pode se desenvolver se ele eliminar completamente as diferenças sociais de seu meio, isso é o que karl marx pensavam
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SOCIOLOGIA
Marx, Socialismo e a Luta de Classes
A compreensão nasce da razão e não da paixão
PRProf. Richard Garcia
postado em 20/11/2015 06:00 / atualizado em 20/11/2015 14:11
Os estudos de Karl Marx devem ser os mais citados, mas ao mesmo tempo pouco compreendidos pelo homem contemporâneo. Esse entendimento limitado, politizado e descontextualizado da teoria marxiana denigrem a sua enorme importância, tanto sociológica, quanto filosófica, para o mundo atual.
Sua maior obra, "O Capital", trata do retrato mais preciso do nascimento do capitalismo na Inglaterra do final do século XIX, da exploração do trabalhador e dos problemas sociais gerados por ele. Devido a isso, é possível compreender o radicalismo de Marx, que nasce das atrocidades e situação radicalmente desumana à qual os trabalhadores estavam submetidos em seu contexto histórico.
Karl Marx - a mudança da estrutura mudaria a natureza do homem.(foto: John Jabez Edwin Mayall)
Karl Marx - a mudança da estrutura mudaria a natureza do homem.
(foto: John Jabez Edwin Mayall)
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O capitalismo do período de Marx seria inaceitável e extremamente cruel para a sociedade de hoje. Não havia leis trabalhistas, férias e muito menos sindicatos. Os trabalhadores tinham uma jornada de trabalho que girava em torno de 14 a 18 horas de segunda a domingo (sendo que crianças poderiam trabalhar 10-12 horas por dia), em um ambiente insalubre e sem qualquer controle de segurança. Era normal os operários morrerem em acidentes de trabalho, de doenças geradas pelo ambiente laboral ou de exaustão.
Neste contexto, o capitalismo, literalmente selvagem, existia em sua forma mais pura. A busca pelo lucro, o maior possível, justificava qualquer ação por parte das corporações. Aqueles que não eram os donos dos meios de produção, estavam condenados a uma existência miserável, próxima da escravidão.
É dessa contradição que nasce a luta de classes, conceito caro ao pensamento marxiano: ou se é o dono dos meios de produção (burguesia) ou se vende a força de trabalho (proletariado). Essa relação explorador versus explorado, no sistema capitalista, tende a permanecer, pois é a fonte da riqueza da burguesia. É nesse contexto que Marx formula o conceito de ideologia, entendido como o mecanismo utilizado para a perpetuação da exploração, por meio do ataque à consciência. Por meio dela, o trabalhador vive em uma constante alienação, o que impede a tomada de consciência de que a realidade é resultado das escolhas humanas e, portanto, que é possível transformá-la.
Nesse ambiente, Marx acreditava que a busca incessante do lucro e a luta de classes, provocariam a destruição do próprio capitalismo (dialética marxiana), por meio da revolução do proletariado. E o resultado seria a transformação da realidade material, o nascimento do comunismo, em que não haveria propriedade privada dos meios de produção, portanto, não haveria exploração, e muito menos a alienação do homem. Para Marx, o fim da propriedade privada acabaria com as guerras, a inveja e as diferenças entre homens.
O proletariado teria a consciência da sua condição de escravo e traria o colapso para o capitalismo.(foto: Pintura de Giuseppe Pellizza da Volpedo)
O proletariado teria a consciência da sua condição de escravo e traria o colapso para o capitalismo.
(foto: Pintura de Giuseppe Pellizza da Volpedo)
O que Marx não contava era com a capacidade do capitalismo de se reinventar, garantindo que a ruptura não acontecesse. É importante compreender que, nunca houve um sistema socialista ou comunista de acordo com a Teoria Marxiana. A Revolução Russa, Cubana, Chinesa e todas as outras tentativas, mais ou menos cruéis, nunca foram o que Marx pensou. Há uma diferença enorme entre as ideias de Marx e a realidade histórica de todos essas tentativas.
Podemos deduzir que Marx nunca desejou a criação de regimes totalitários como o da União Soviética, apesar de acreditar na necessidade de uma ditadura do proletariado, na primeira fase da revolução, para minimizar as diferenças sociais e proporcionar o bem-estar coletivo.
(foto: Otniel Souza)
(foto: Otniel Souza)
O seu objetivo último foi o de pensar um sistema econômico em que os homens pudessem ser felizes, tendo todas as suas necessidades atendidas, e não fosse reduzido a apenas um objeto, uma coisa (reificação).
Julgar o pensamento de Marx, utilizando como referencial as realidade vividas no séc. XX, principalmente pelos crimes e atrocidades