O caçador
Pela margem do grande rio caminha Jaguaré, o jovem caçador. O arco pende-lhe ao ombro, esquecido e inútil. As flechas dormem no coldre da uiraçaba. Os veados saltam das moitas de ubaia e vêm retouçar na grama, zombando do caçador. Jaguaré não vê o tímido campeiro, seus olhos buscam um inimigo capaz de resistir-lhe ao braço robusto. O rugido do jaguar a bala a floresta; mas o caçador também despreza o jaguar, que já cansou de vencer. Ele chama-se Jaguaré, o mais feroz jaguar da floresta; os outros fogem espavoridos quando de longe o pressentem. Não é esse o inimigo que procura, porém outro mais terrível para vencê-lo em combate de morte e ganhar nome de guerra. Jaguaré chegou à idade em que o mancebo troca a fama do caçador pela glória do guerreiro. Para ser aclamado guerreiro por sua nação é preciso que o jovem caçador conquiste esse título por uma grande façanha. Por isso deixou a taba dos seus e a presença de Jandira, a virgem formosa que lhe guarda o seio de esposa. Mas o sol três vezes guiou o passo rápido do caçador através das campinas, e três vezes como agora deitou-se além nas montanhas da Aratuba, sem mostrar-lhe um inimigo digno de seu valor. A sombra vai descendo da serra pelo vale e a tristeza cai da fronte sobre a face de Jaguaré. O jovem caçador empunha a lança de duas pontas, feita da roxa craúba, mais rija que o ferro. Nenhum guerreiro brandiu jamais essa arma terrível, que sua mão primeiro fabricou. Lá estaca o jovem caçador no meio da campina. Volvendo ao céu o olhar torvo e iracundo, solta ainda uma vez seu grito de guerra. O bramido rolou pela amplidão da mata e foi morrer longe nas cavernas da montanha. Respondeu o ronco da sucuri na madre do rio e o urro do tigre escondido na furna; mas outro grito de guerra não acudiu ao desafio do caçador. Jaguaré arremessou a lança, que vibrou n os ares e foi cravar-se além no grosso tronco da emburana. A copa frondosa ramalhou, como as palmas do coqueiro ao sopro do vento, e o tronco gemeu até à raiz. O caçador repousa à sombra de sua lança. [...] (ALENCAR, José de. Ubirajara. 18. ed. São Paulo: Ática, EDDE. p. 15-16. (Fragmento).)
a) Que expressões o narrador utiliza para caracterizar ;aguarê?
b) Por que Jaguaré despreza o campeiro e o jaguar em sua caçada e procura um inimigo “mais terrível”?
c) Essa escolha é importante na definição de sua identidade? Por quê?
2. Em Aldeia dos índios Coroados, Martius procurou retratar alguns costumes dos índios. Isso também ocorre no texto? Justifique.
3. As qualidades de Jaguaré e sua intenção de realizar uma grande façanha podem ser vistas como elementos característicos de um herói romântico? Explique por quê.
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a) Que expressões o narrador utiliza para caracterizar Jaguarê?
R.: Jovem caçador (utilizado em todo o corpo do texto) e mancebo (termo para designar "jovem" no período da produção da obra).
b) Por que Jaguaré despreza o campeiro e o jaguar em sua caçada e procura um inimigo “mais terrível”?
R.: O objetivo de Jaguarê era ser aclamado "guerreiro", como podemos ver nos seguintes trechos do texto acima:
"para vencê-lo em combate de morte e ganhar nome de guerra. [...] Para ser aclamado guerreiro por sua nação é preciso que o jovem caçador conquiste esse título por uma grande façanha".
c) Essa escolha é importante na definição de sua identidade? Por quê?
R.: Na visão de Jaguarê, sim. Afinal, esse personagem idealizava o título de "guerreiro", conseguindo-o após vencer o grande guerreiro Pojucã: "Jaguaré chegou à idade em que o mancebo troca a fama do caçador pela glória do guerreiro".
Um dos valores atribuídos aos índios e resgatados nessa narrativa de José de Alencar são, por exemplo, a bravura e a valentia, os quais podemos perceber por meio do personagem Jaguarê quando este almeja ser aclamado guerreiro e vai em luta disso.
2. Em Aldeia dos índios Coroados, Martius procurou retratar alguns costumes dos índios. Isso também ocorre no texto? Justifique.
Acredito que sim. Podemos perceber nesse texto alguns costumes, como: a caça, muito comum no cotidiano do índio; a importância em se adquirir título de "guerreiro" e o ato de o índio fabricar suas próprias ferramentas: "arma terrível, que sua mão primeiro fabricou".
3. As qualidades de Jaguaré e sua intenção de realizar uma grande façanha podem ser vistas como elementos característicos de um herói romântico? Explique por quê.
Sim. Percebemos certa idealização desse personagem: forte, corajoso, não teme a nada e nem a ninguém e luta por um ideal. Podemos ver que Alencar descreve esse personagem inserindo certo tom de "elevação" (outra característica "romântica")em relação a alguns elementos da natureza, veja: "Ele chama-se Jaguaré, o mais feroz jaguar da floresta; os outros fogem espavoridos quando de longe o pressentem".
Espero ter ajudado.
R.: Jovem caçador (utilizado em todo o corpo do texto) e mancebo (termo para designar "jovem" no período da produção da obra).
b) Por que Jaguaré despreza o campeiro e o jaguar em sua caçada e procura um inimigo “mais terrível”?
R.: O objetivo de Jaguarê era ser aclamado "guerreiro", como podemos ver nos seguintes trechos do texto acima:
"para vencê-lo em combate de morte e ganhar nome de guerra. [...] Para ser aclamado guerreiro por sua nação é preciso que o jovem caçador conquiste esse título por uma grande façanha".
c) Essa escolha é importante na definição de sua identidade? Por quê?
R.: Na visão de Jaguarê, sim. Afinal, esse personagem idealizava o título de "guerreiro", conseguindo-o após vencer o grande guerreiro Pojucã: "Jaguaré chegou à idade em que o mancebo troca a fama do caçador pela glória do guerreiro".
Um dos valores atribuídos aos índios e resgatados nessa narrativa de José de Alencar são, por exemplo, a bravura e a valentia, os quais podemos perceber por meio do personagem Jaguarê quando este almeja ser aclamado guerreiro e vai em luta disso.
2. Em Aldeia dos índios Coroados, Martius procurou retratar alguns costumes dos índios. Isso também ocorre no texto? Justifique.
Acredito que sim. Podemos perceber nesse texto alguns costumes, como: a caça, muito comum no cotidiano do índio; a importância em se adquirir título de "guerreiro" e o ato de o índio fabricar suas próprias ferramentas: "arma terrível, que sua mão primeiro fabricou".
3. As qualidades de Jaguaré e sua intenção de realizar uma grande façanha podem ser vistas como elementos característicos de um herói romântico? Explique por quê.
Sim. Percebemos certa idealização desse personagem: forte, corajoso, não teme a nada e nem a ninguém e luta por um ideal. Podemos ver que Alencar descreve esse personagem inserindo certo tom de "elevação" (outra característica "romântica")em relação a alguns elementos da natureza, veja: "Ele chama-se Jaguaré, o mais feroz jaguar da floresta; os outros fogem espavoridos quando de longe o pressentem".
Espero ter ajudado.
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Olá,
a) O autor o caracteriza a caminhar pela margem do rio, uma caçador carregando seu arco e flecha, em busca de um combate.
b) Ele busca fazer de sua jornada heróica, o inimigo o qual ele derrotar será seu nome de guerra, que definirá quão forte é o guerreiro, o Jaguar ele já derrotou várias vezes, busca um inimigo a sua altura.
c) Sim, para seu povo, a força do herói é definida pela grandeza do inimigo o qual ele derrota.
2) De certa maneira, retrata a rotina e costumes de transição do povo indígena.
3) Sim , ele planeja realizar um grande feito, parte em uma jornada solitária para alcançar seu objetivo.
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