O Brasil tem o maior programa de vacinação do mundo, capaz de distribuir por ano mais de
300 milhões de doses de imunizantes, soros e imunoglobulinas. Criado em 1973, durante a ditadura
militar, o PNI (Programa Nacional de Imunizações) deu uniformidade a um calendário de vacinação
por ciclos de vida (criança, adolescente, adulto e idoso), estabeleceu padrões técnicos e uma
estratégia que combina vacinação de rotina com campanhas de massa.
Desde sua criação, o programa foi responsável por erradicar no país o tétano neonatal e a
rubéola e controlar doenças como o sarampo, a difteria e a poliomielite. “Em 30 anos, a vacinação
fez com que a expectativa de vida do brasileiro saísse de 50 para quase 80 anos. A imunização, a
água potável e o saneamento básico foram os principais elementos para essa mudança radical no
perfil de sobrevida da população brasileira. Nós só ganhamos em ter um programa nacional
fortalecido”, disse em entrevista ao Nexo a epidemiologista Carla Domingues, que coordenou o PNI
de junho de 2011 a julho de 2019.
[...]
Formada em ciências sociais, com mestrado em saúde pública e doutorado em medicina
tropical, ela foi também diretora adjunta do Departamento de Vigilância Epidemiológica do
Ministério da Saúde entre 2009 e 2011. Nesta entrevista ao Nexo, a epidemiologista fala da história
do PNI, critica tentativas de descentralizar a vacinação — o que poderia, em sua opinião, gerar
caos no país — e defende um plano de comunicação eficiente para convencer as pessoas a se
vacinar.
Qual foi o impacto da criação do PNI?
[...]
O Brasil saiu na frente da OMS em 1973 ao criar o PNI. [...]
Qual foi o benefício do programa? Primeiro, você tem uma política nacional. O ministério
comprou vacinas, começou a distribuir, definiu um calendário único e, naquele momento, foram
colocadas quatro vacinas: pólio, BCG [contra a tuberculose], sarampo e a DTP [tríplice bacteriana],
para crianças menores de um ano. Foi um grande avanço. Antes, as ações eram isoladas. Com o
COLETÂNEA DE ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSORA: CAROLINA
programa, havia condições de ter ampla universalidade das ações de vacinação para todas as
crianças brasileiras, independente de onde ela morasse.
[...]
A OMS estima que a vacinação evite que 3 milhões de crianças morram no mundo todos os
anos. Em 30 anos, a vacinação fez com que a expectativa de vida do brasileiro saísse de 50 para
quase 80 anos. A imunização, a água potável e o saneamento básico foram os principais elementos
para essa mudança radical no perfil de sobrevida da população brasileira. Nós só ganhamos em
ter um programa nacional fortalecido.
Por que a cobertura vacinal vem caindo no Brasil?
Isso é um problema mundial, não só do Brasil. À medida em que as doenças desaparecem,
a população tem uma falsa segurança de que não precisa tomar a vacina mais. E se começou a
acreditar em notícias falsas nas redes sociais de que se vacinar faz mal para a saúde. A população
começa a ficar hesitante. Ao mesmo tempo, a gente tem que ter clareza. O calendário hoje é
complexo, tem muitas vacinas, e a gente precisa aumentar o acesso da população às informações,
aumentar a comunicação. Isso tem diminuído cada vez mais nos governos, e a gente precisa
aumentar, falar da importância da vacina, como ela tem que ser feita.
[...]
BERTONI, Estevão. ‘A vacinação mudou o perfil de sobrevida do brasileiro’ – Entrevista com Carla Domingues.
1- A partir dos conhecimentos que temos sobre o gênero textual entrevista, o que o texto
lido apresenta para que possa se enquadrar nesse gênero?
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Olá! poderia organiza-los aí eu te respondo, eu agradeceria
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