O Brasil endividado
Quando aconteceu o golpe de 1964 no Brasil, a divida era de cerca de 2,5 bilhões de dólares. Quando o último presidente-general saiu do Palácio, em 1985, a divida tinha passado de 100 bilhões de dólares. Os primeiros ditadores, que governaram até 1969 (Castelo Branco, Costa e Silva e a Junta Militar), endividaram-se relativamente pouco. Mas prepararam o terreno, principalmente por meio da reforma do sistema financeiro e do “aperfeiçoamento" da legislação relativa à entrada de capitais estrangeiros. No governo Médici (1969-74) ocorreu o chamado "milagre econômico": a taxa média anual de crescimento foi de 10,7%. Nesse período, a dívida externa já cresceu mais rápido que nosso Produto Interno Bruto: 211% contra 208%, respectivamente. Em termos de valor, a dívida externa passou de 11% do PIB, em 1969, para 16,6% do PIB, em 1973. O Brasil passou a receber mais empréstimos em moeda do que "capital de risco". Entretanto, será no governo Geisel (1974-79) que a divida externa experimentará seu grande crescimento. Num contexto de crise econômica internacional [...), o governo optou por endividar-se para financiar o II Plano Nacional de Desenvolvimento. No período Geisel, a divida passou de 13,8 bilhões de dólares (fins de 1973) para 52,8 bilhões de dólares (em 1978), um aumento de 283%. A divida passou a representar 26% de nosso PIB. No governo Figueiredo (1979-85), o modelo chega ao limite: a partir dos anos 80, o Brasil torna-se exportador liquido de capitais. Em 1984, a divida correspondia a 48,2% do PIB. Nesses anos, o Brasil transferiu para o exterior 21 bilhões de dólares a mais do que havia recebido.
• Durante o período militar ocorreu o chamado "milagre econômico", mas, contraditoriamente, a dívida externa brasileira aumentou imensamente e foi maior do que o PIB
do Brasil. Mesmo com a dívida maior do que a produção, como explicar a expressão "milagre brasileiro"?
Soluções para a tarefa
Respondido por
10
Olá,
O chamado milagre econômico ocorreu por causa de três fatores:
Crescimento da economia em cerca de 11% ao ano, taxas de inflação relativamente baixas e aumento do comercio exterior em mais de três vezes. Consequentemente a isso houve também:
- aumento do nível de emprego proporcionado, principalmente, pelos investimentos nos setores de infraestrutura e indústria;
- um importante desenvolvimento industrial, alavancado pelos investimentos nos setores de siderurgia, geração de eletricidade e indústria petroquímica. O setor foi puxado, principalmente, pelo crescimento e fortalecimento das empresas estatais.
Perguntas interessantes