"O Brasil é o país mais racista do mundo" A ex-consulesa francesa Alexandra Loras sofreu com o preconceito racial no Brasil desde que se mudou para cá, em 2012, mas se encantou com os brasileiros e decidiu ficar. A francesa Alexandra Loras mudou-se para São Paulo quando seu marido Damien tornou-se cônsul francês no Brasil. No início de setembro, ele deixou o cargo, mas a família decidiu permanecer no país. Aos 39 anos, a jornalista, professora e ativista faz duras críticas ao preconceito racial no Brasil, que ela considera o país mais racista do mundo, mas é otimista: "O Brasil tem meios para se transformar na maior potência mundial." Em entrevista a VEJA, Alexandra falou sobre cotas raciais, sobre as diferenças culturais com a França e sobre como é ser uma estrangeira negra em meio à elite brasileira. Existe raça? É possível classificar seres humano por raça? No sentido biológico não, somos todos humanos. Mas no sentido social há sim. Estamos presos nessa imagem de democracia racial e da mestiçagem, mas ao mesmo tempo reconhecemos que o preconceito por causa da cor da pele existe. O racismo é real e é um problema, então parece evidente que há um conceito de raça disseminado na sociedade. Você já disse em outras oportunidades que considera o Brasil o país mais racista do mundo. Continua pensando assim? Sei que essa colocação é um pouco violenta para os brasileiros que gostam de se ver morando em um país onde a democracia racial deu certo. Mas o Brasil é o mais racista porque tem a segunda maior população negra do mundo e isso não é refletido na sociedade. Nos EUA têm quase 13% de negros e muitos dizem que é o mais racista do mundo, mas lá eles têm um presidente negro e muitos negros na mídia, no show business, no Congresso, médicos, advogados, executivos. Morei quase quatro anos nos EUA e em três cidades americanas, Washington, El Paso e Los Angeles, e nunca me senti discriminada lá. Aqui eu me sinto todos os dias, basta eu andar umas quadras e ir ao shopping. Poderia dar exemplos de situações em que se sentiu discriminada? Já passei por muitas situações. Fui barrada em um hotel cinco estrelas de Salvador por ser negra, minhas bagagens sempre são revistadas nos aeroportos, também sou questionada por não estar de branco em shoppings aqui em São Paulo e isso é frequente. Meu filho tem a pele clara e muitas vezes já fui tratada como a babá dele. Já fui barrada no clube Pinheiros em São Paulo porque levei a carteirinha do meu filho e esqueci a minha. Aí a funcionária ficou procurando meu nome no cadastro das babás e não dos sócios. Falo com sotaque e uso roupas de grife, mas muitas pessoas só olham para a cor da minha pele. Analisando o gênero textual escrito, é ERRADO afirmar que (1 Ponto) A)o objetivo é divulgar informações e opiniões a respeito de um assunto. B)há um título, uma apresentação e em seguida perguntas e respostas. C)não é uma entrevista. D)a linguagem é formal, pois condiz com a entrevistada e com o perfil dos leitores. pfv responde
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Resposta: letra c - não é uma entrevista
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