História, perguntado por nums87479, 4 meses atrás

o branqueamento no Brasil
se alguém puder fazer um resumo pra mim de pelo menos dois parágrafos eu agradeço​

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Respondido por CavaloNerd75
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Resposta:

Olá, claro que posso fazer um resumo! Vamos lá:

Explicação:

Ancorado na ideologia eugenista trazida da Europa, o embranquecimento da população brasileira foi praticado por representantes tanto da monarquia como da República. No Congresso Universal das Raças, realizado em 1911 na cidade de Londres, o médico e diretor do Museu Nacional no governo de Hermes da Fonseca (1910-1914), João Batista de Lacerda, uma das principais celebridades da tese do branqueamento racial, apresentou o artigo “Sobre os mestiços no Brasil”, defendendo que a supremacia branca se daria em apenas três gerações.

De fato, ao longo do século XX, o país foi marcado pela majoritária presença branca no total da população, que saltou de 44% do total dos habitantes, em 1890, para 63,5%, em 1940, e 53,7%, em 2000. Assim, como se fosse uma espécie inatacável do patrimônio racial da escravidão, a política do branqueamento praticada pelos governantes avançou para além da questão demográfica.

Durante a fase da modernização capitalista protagonizada pela industrialização e urbanização nacional, a tese do embranquecimento não foi menosprezada. Isso porque à população não branca, excluída das áreas centrais e nobres das grandes cidades, foram reservadas, fundamentalmente, as regiões periféricas, abandonadas, sem infraestrutura e serviços públicos decentes.

Também no interior do mundo do trabalho, a população não branca, praticamente ignorada do sistema educacional e de formação profissional, permaneceu exposta à intensa concorrência no interior do mercado geral de trabalho. Distante das relações laborais formalizadas, especialmente ocupadas pela parcela branca (postos de mando e alta burocracia pública, empregos no setor privado de níveis médios e superiores), coube à população não branca, em geral, as ocupações sem direitos sociais e trabalhistas, as subocupações precárias e o desemprego.

Tudo isso sem mencionar o descarte posto em marcha pela política do branqueamento em âmbito religioso e cultural. Assim, a propaganda consumista e o entretenimento fundaram-se, sobretudo, em hábitos e normas de vida da elite branca.

Em pleno cenário atual declinante do capitalismo no Brasil, percebido pela desindustrialização e inchamento dos serviços desde 1990, com o ingresso passivo e subordinado na globalização neoliberal, a composição da população nacional passou a mudar consideravelmente. Nas duas primeiras décadas do século XXI, com o avanço das políticas de igualdade racial, a população não branca cresceu mais rapidamente, respondendo, em 2020, por 56,1% do total dos brasileiros. Idêntica à situação verificada no longínquo ano de 1890.

Se projetarmos para a data de 2047, quando o país poderá alcançar a sua maior população absoluta (estimada para 233,2 milhões de habitantes), a presença do segmento branco deverá se equiparar a cerca de 1/3 do total dos brasileiros. Ou seja, em patamar abaixo do registrado no primeiro censo demográfico realizado no país, em 1872, quando ainda predominava a escravidão.

Talvez seja por isso que desde a implantação do programa “uma ponte para o futuro”, após o golpe que retirou a presidente Dilma em 2016, a população não branca se tornou foco de grande parte do mal produzido pelas políticas governamentais. Nada mais simbólico que a foto inaugural do governo Temer com somente o registro de homens brancos ou dos representantes do governo Bolsonaro contrários às ações antirracistas.

A retomada recente do Estado pela elite branca tem sido fundamental para a adoção de um conjunto de políticas públicas contrárias à população não branca. A começar pela justificativa de que o Estado gastaria demais com políticas sociais, justamente aquelas que atendem mais aos pobres, majoritariamente constituídos por não brancos no Brasil.

O desembarque dos pobres do orçamento governamental se afirmou com a aprovação da Emenda Constitucional 95, publicada em 2016, que congelou o gasto público não financeiro por 20 anos. Com o avanço das políticas de cortes e bloqueio nas despesas públicas, as ações de promoção da Igualdade Racial e Superação do Racismo, por exemplo, foram reduzidas em 70%, somente no ano de 2019.

Com isso, os pobres têm sido os mais atingidos negativamente pela contenção dos recursos do Estado e o desmonte de políticas públicas. Como se sabe, a população não branca responde por 4/5 dos mais pobres da nação, enquanto 70% dos mais ricos do país são brancos.

Por força disso, a população não branca sofre as consequências do desemprego, das mortes pela pandemia, do esvaziamento da educação. Entre os que não têm emprego ou estão subocupados, os negros são maioria, assim como a maior parte entre as vítimas de homicídio, e compõem quase 2/3 da população carcerária do país.

A população periférica, por morar e trabalhar em condições precárias, sai de casa para garantir o ganha-pão e utiliza o transporte público inadequado. Por estar mais exposta à infecção viral, a população não branca tem morrido mais pela covid-19.

Respondido por jkjkjkjkj
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Resposta: ntre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, vigoraram em várias partes do globo as teses eugenistas, isto é, teses que defendiam um padrão genético superior para a “raça” humana. Tais teses defendiam a ideia de que o homem branco europeu tinha o padrão da melhor saúde, da maior beleza e da maior competência civilizacional em comparação às demais “raças”, como a “amarela” (asiáticos), a “vermelha” (povos indígenas) e a negra (africana).

Nesse período, alguns intelectuais brasileiros incorporaram essas teses e delas derivaram outra, por sua vez, “aplicável ao contexto do Continente Americano: a “tese do branqueamento.” A defesa do branqueamento, ou do “embranquecimento”, tinha como ponto de partida o fato de que, dada a realidade do processo de miscigenação na história brasileira, os descendentes de negros passariam a ficar progressivamente mais brancos a cada nova prole gerada.

O antropólogo e médico carioca João Baptista de Lacerda foi um dos principais expoentes da tese do embranquecimento entre os brasileiros, tendo participado, em 1911, do Congresso Universal das Raças, em Londres. Esse congresso reuniu intelectuais do mundo todo para debater o tema do racialismo e da relação das raças com o progresso das civilizações (temas de interesse corrente à época). Baptista levou ao evento o artigo “Sur les métis au Brésil” (Sobre os mestiços do Brasil, em português), em que defendia o fator da miscigenação como algo positivo, no caso brasileiro, por conta da sobreposição dos traços da raça branca sobre as outras, a negra e a indígena.

Explicação: espero ter ajudado ;)

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