o belo como simetria aristotélica
Soluções para a tarefa
Resposta:
Convidada a revelar o que a torna tão atraente, a modelo tcheca Paulina Porizkova resumiu a explicação em uma única palavra: matemática. “Tudo é uma questão de quantos milímetros existem entre os dois olhos e entre a ponta do nariz e o queixo”, afirmou. Na realidade, ela apenas aplicou a si mesma uma idéia nascida na Grécia antiga, a de que a chave da beleza pode ser expressa em números. “A matemática seria uma forma de obter um atestado de que o mundo possui uma ordem e, portanto, uma beleza intrínseca”, conta Mário Miranda Filho, professor de Filosofia Grega na Universidade de São Paulo.
O primeiro filósofo a se ocupar do assunto foi Platão (427 a.C.-347 a.C.). Para ele, belo é tudo aquilo em que as partes se agrupam de um modo coerente para compor a harmonia do conjunto. Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) introduziu uma idéia-chave – a da simetria. Ela tanto podia ser entendida de uma forma estrita, em que os lados opostos de uma figura dividida por um eixo central são exatamente iguais, quanto num sentido amplo, de proporção e equilíbrio entre as partes.
Plotino (205-270), um filósofo romano, acreditava que, para uma coisa ser realmente bela, não basta a sua aparência geral – a harmonia precisa estar presente em cada detalhe. “A beleza não pode ser construída a partir da feiúra”, dizia. Essas teorias pretendiam criar padrões universais para o bonito e o feio. As mesmas fórmulas que definiam o tamanho ideal de um discurso eram válidas para uma mulher, uma paisagem ou uma flor.