Português, perguntado por barbaramconceicao123, 5 meses atrás

O AUTOR

Daniel Monteiro Costa (Daniel Munduruku) – Derpó Munduruku).
Nasci em Belém do Pará quando no Brasil se falava em golpe militar – um momento muito triste de
nossa história, em que pessoas eram perseguidas por pensar de forma diferente dos militares (1964).
Nasci índio e cresci como índio mesmo, tendo recebido toda a minha formação escolar na própria
casa de Belém.
Quando criança – na fase pré-escolar – ia com frequência para uma aldeia familiar que foi construída
nos arredores da cidade, onde cresci embalado pelas lindas histórias contadas por meus avós e tios.
Infelizmente, parte dessas histórias ficou apenas na lembrança (e não na memória) de meus pais e
irmãos, e acabou por perder-se no tempo – devorador das histórias que não são contadas.
Aos sete anos (1971), entrei na Escola Salesiana do Trabalho, de onde só saí quando concluí o
primeiro grau (1979). Lá, aprendi a gostar de esportes, tendo sempre me destacado no futebol e em
atletismo. Também lá desenvolvi um grande amor às crianças pobres e marginalizadas, uma vez que
minha família vivia em situação econômica muito delicada e eu precisei trabalhar desde cedo como
vendedor de doces, salgados, sacos de feira, sorvetes, picolés, etc. Também com os salesianos fiz um
curso profissionalizante – gráfico de off-set – e, por vários motivos, não consegui exercer essa profissão.
Muito embora fosse índio, eu não gostava que me chamassem assim: sentia vergonha de ser índio,
pois todo o mundo dizia que índio era preguiçoso, sujo, e eu não me identificava com esse jeito de ser.
Mas não valeu muito meu esforço para evitar os apelidos: todo o mundo me chamava de índio, de Peri –
um personagem indígena da literatura -, de Juruna – em referência ao índio xavante que foi deputado
federal. Enfim, mesmo que eu quisesse me livrar disso, todos lembravam minha origem. [...]
Em 1986 permaneci em Manaus – uma linda cidade banhada pelo rio Negro -, onde lecionei em uma
escola rural que dava formação específica para índios. Foi uma experiência gratificante.
Em 1987, depois de ter concluído meu curso superior em filosofia, resolvi mudar para o estado de
São Paulo, onde poderia trabalhar e estudar mais um pouco. Devido à amizade com os salesianos, fui
convidado a ir morar numa cidadezinha de nome Lorena, no interior de São Paulo. [...]
Em fins de 1989 mudei para a capital paulista. Sabem o que vim fazer? Trabalhar com menores de
rua! Adivinhem onde? Na Praça da Sé e depois na Lapa! Fascinante, não?
De 1990 a 95, trabalhei numa escola de nome Santa Maria, onde coordenei o grupo Missões, que
atuava na periferia de São Paulo. Além disso, dei aulas de filosofia e ensino religioso.
Nessa ocasião, já conhecia a pessoa que mudou parte da minha vida: Tania Mara. Tania, que
estudava na mesma faculdade que eu, sempre me incentivou a escrever e me deu muito apoio. Casei
com ela em junho de 1990, na bela catedral de Lorena. Tania acompanhou-me até São Paulo
posteriormente.

Em 1992 ingressei no Programa de Pós-graduação da universidade de São Paulo para desenvolver
uma pesquisa sobre o meu povo indígena – os Munduruku. [...]
Em fevereiro de 1993, nasceu Gabriela, a indiazinha loura da tribo Munduruku, e em 1995 nasceu
Lucas, um belo menino de olhos azuis: os dois estão aguardando a oportunidade de conhecer os
parentes indígenas lá do Pará.
Hoje em dia, além de dedicar-me aos estudos de pós-graduação, dou palestras em escolas sobre a
questão indígena e – quando sobra tempo – escrevo. Sobre o quê? Sobre muitas coisas, mas o que mais
gosto é de escrever as histórias que os povos indígenas contam, os mitos. [...]

Daniel Munduruku. Histórias de Índio. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 1996.

1- Responda:
a.Qual é o assunto principal do texto?

b.Por que o autor sentia vergonha de ser índio?

c.De que outros nomes Daniel era chamado? Por que ele se sentia ofendido com esses nomes?

d.Explique com suas palavras o que o narrador afirma no trecho a seguir:
[...]cresci embalado pelas lindas histórias contadas por meus avós e tios. Infelizmente, parte dessas
histórias ficou apenas na lembrança (e não na memória) de meus pais e irmãos, e acabou por perder-se
no tempo – devorador das histórias que não são contadas

e. De onde o autor retirou os fatos narrados?

Soluções para a tarefa

Respondido por annaluccia291
2

Resposta:

1-a. A vida do autor Daniel Munduruku

b. pq todos diziam que índio era preguiçoso e sujo.

c.de índio, de peru, de júri. Pq todos eram sobre índios de maneira ruim.

d.Que mesmo ele tendo lembranças das histórias, não foram escritas em papéis para outras pessoas lerem.

e. Histórias de índios.


barbaramconceicao123: OBRIGADA
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