O artigo intitulado: “O que a ranking do Enem não nos conta” problematiza de que modo as
desigualdades sociais impactam as desigualdades escolares:
O que o ranking do Enem não nos conta
Imagine dois competidores disputando uma maratona. O primeiro deles, forte e saudável, usa
um tênis sofisticado. O outro, mais fraco, tem um calçado normal. Ninguém duvida de que o
primeiro vencerá a corrida.
Mas você associaria o resultado ao tênis que ele usou? Em certa medida, é isso que fazemos ao
comparar acriticamente escolas no ranking do Enem.
De acordo com essas observações, parece ficar claro que as chamadas “variáveis posicionais”,
ou seja, as variáveis como classe social, renda e ocupação interferem e muito sobre os resultados escolares dos alunos.
sociologia.indd 27 26/01/2012 18:10:48
28
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Desde 1966, quando o sociólogo James Coleman publicou relatório pioneiro sobre fatores
associados ao desempenho de alunos nos EUA, especialistas em avaliação educacional vêm
confirmando que é o nível socioeconômico dos estudantes o que mais explica o resultado.
É por isso que colégios que atendem somente filhos de pais de alta renda e escolaridade
largam na frente no Enem – não necessariamente por suas práticas pedagógicas, mas, principalmente, pelo perfil de aluno que atendem.
É sabido que as poucas escolas de nível médio que conseguem preparar bem um estudante para
a prova do Enem estejam entre as públicas (federais ou técnicas), pois elas também fazem, em
sua maioria, um processo de seleção de estudantes.
Para o autor do artigo, mesmo na comparação entre colégios de elite, é preciso ter cautela.
Uma escola que dá bolsas para alunos pobres, que não discrimina deficientes e não expulsa
estudantes que repetiram de ano perderá pontos não por seus defeitos, mas por seus méritos.
Isso não invalida a utilidade do ranking do Enem – ferramenta valiosa para ajudar os pais a
avaliar a escola dos seus filhos. Só não deve ser a única.
Constatar que o resultado é explicado principalmente pelo perfil do aluno não significa que
a escola não faça diferença. Mas é preciso ter em mente que o melhor colégio não é necessariamente o que está no topo do ranking, mas sim aquele que consegue fazer mais do que se
esperava por seus alunos.
E isso, infelizmente, o ranking do Enem não nos conta.
GOIS, Antônio. O que o ranking do Enem não nos conta. Folha de S.Paulo, 29 abr. 2009.
2. Após a leitura do artigo e dos conteúdos vistos em sala de aula, vocês devem identificar se
existe uma correlação entre origem social e desempenho escolar, assinalando verdadeiro (V)
ou falso (F) para as seguintes questões:
( v) O pobre não gosta de estudar. Isso explica o fato de as escolas públicas estaduais
estarem entre as piores na lista do ranking das melhores escolas do Enem.
( f) As diferenças culturais atrapalham a aquisição de certas competências.
(f ) Os problemas ligados ao fracasso escolar devem ser explicados à luz das desigualdades econômicas e socioculturais.
(v ) Não é possível que uma sociedade injusta produza uma educação justa.
( v) Os alunos de meio social mais favorecido apresentam um desempenho escolar melhor
nos exames nacionais de avaliação porque eles estudam mais.
Soluções para a tarefa
Resposta:
artigo intitulado: “O que a ranking do Enem não nos conta” problematiza de que modo as
desigualdades sociais impactam as desigualdades escolares:
O que o ranking do Enem não nos conta
Imagine dois competidores disputando uma maratona. O primeiro deles, forte e saudável, usa
um tênis sofisticado. O outro, mais fraco, tem um calçado normal. Ninguém duvida de que o
primeiro vencerá a corrida.
Mas você associaria o resultado ao tênis que ele usou? Em certa medida, é isso que fazemos ao
comparar acriticamente escolas no ranking do Enem.
De acordo com essas observações, parece ficar claro que as chamadas “variáveis posicionais”,
ou seja, as variáveis como classe social, renda e ocupação interferem e muito sobre os resultados escolares dos alunos.
sociologia.indd 27 26/01/2012 18:10:48
28
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Desde 1966, quando o sociólogo James Coleman publicou relatório pioneiro sobre fatores
associados ao desempenho de alunos nos EUA, especialistas em avaliação educacional vêm
confirmando que é o nível socioeconômico dos estudantes o que mais explica o resultado.
É por isso que colégios que atendem somente filhos de pais de alta renda e escolaridade
largam na frente no