O amor entre Narciso e Eco era impossível pois *
A) Narciso era belo demais
B) Narciso amava todas as pessoas, sendo um conquistador
C) Eco era tagarela demais
D) Eco não comunicava e Narciso não se conhecia
E) Narciso amava somente ele mesmo
Soluções para a tarefa
Resposta:
Algo de críptico, de irredutivelmente
misterioso e fundante parece condensar-se
por trás do diálogo curto e simples – ele-
mentar, por que não? – construído por
Ovídio ao narrar a fábula de Eco e Narciso.
A alta compressão lógica e lingüística, ali-
ada à intensidade emocional da história,
convida o leitor a intervir no texto, a permeá-
lo de interpolações – frases, palavras, ad-
vérbios, adjetivos – que o ajudem a
compreendê-lo, se não por inteiro, pelo
menos como um todo. Exercício aparente-
mente inevitável esse, pois o texto ovidiano
é por demais aberto e a ele se acrescentam
coisas para fechá-lo por algum lado, im-
por-lhe um novo sentido provisório; enfim,
para fazer dessa narrativa sem tempo um
texto em que possamos nos espelhar e ou-
vir o nosso próprio eco (1).
Quase todos os comentários à fábula,
desde os primeiros séculos da nossa era,
têm se concentrado na história de Narciso
e de seu amor por si mesmo. Pensemos por
exemplo na meditação metafísica, quando
não diretamente mística, de Plotino, ao
comentar o amor de Narciso