Português, perguntado por GiNutella, 9 meses atrás

O amor e a morte



Foi em dezembro, dez anos atrás. Mila teve nove filhotes, impossível ficar com a ninhada inteira, fiquei com aquela que me parecia a mais próxima da mãe.



Nasceu em minha casa, foi gerada em minha casa, nela viveu esses dez anos, participando de tudo, recebendo meus amigos na sala, cheirando-os e ficando ao lado deles - sabendo que, de alguma forma, devia homenageá-los por mim e por ela.



Ao contrário da mãe, que tinha alguma autonomia existencial, aquilo que eu chamava de “fumos fidalgos”, como o Dom Casmurro, Títi era um prolongamento, o dia e a noite, o sol e todas as estrelas, o universo dela centrava-se em acompanhar, resumia-se em estar perto.



Quando Mila foi embora, há dois anos, ela compreendeu que ficara mais importante – e, se isso fosse possível, mais amada. Escoou com sabedoria a dor e o pranto, a ausência e a tristeza, e se já era atenta aos movimentos mais insignificantes da casa, com o tempo tornou-se um pedaço significante da vida em geral e do meu mundo particular.



Vida e mundo que deverão, agora, continuar sem ela – se é que posso chamar de continuação o que tenho pela frente. Perdi alguns amigos, recentemente, mas foram perdas coletivas que doeram, mas, de certa forma, são compensadas pela repartição do prejuízo.



Perder Títi é um “resto de terra arrancado” de mim mesmo – e estou citando pela segunda vez Machado de Assis, que criou um cão com o nome do dono (Quincas Borba) e sabia como ninguém que dono e cão são uma coisa só.



Essa “coisa só” fica mais só, nem por isso fica mais forte, como queria Ibsen. Fica apenas mais sozinho mesmo, sem ter aquele olhar que vai fundo da gente e adivinha até a alegria e a tristeza que sentimos sem compreender. Sem Títi, é mais fácil aceitar que a morte seja tão poderosa, desde que seja bem menos poderosa do que o amor.



Segundo o autor do texto, a cachorra Títi era diferente da mãe porque

era alegre como um dia de sol.


estava sempre perto de seu dono.


gostava de ficar sozinha.


tinha autonomia existencial.


tinha um temperamento contraditório.


jhonysargentodearmas: qual é o tema dessa crônica?

Soluções para a tarefa

Respondido por Andreziinha0304
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Resposta:

Ela sempre estava perto do seu dono.

Explicação:

A parte da "autonomia existencial" se referia a mãe da Títi.

A parte da qual Títi foi mencionada é "O universo dela centrava-se em acompanhar, resumia-se em estar perto."

Respondido por yuri14rodrigues
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A crônica textual de "O amor e a morte" sugere corretamente ao leitor que a a cadela 'Titi" era diferente a sua mãe porque ela estava sempre próxima de seu dono (item B).

A história contida na crônica infere que a cachorrinha Titi teve uma sorte diferente da dos seus irmãos, que não puderam ficar próximos da sua mãe ou do seu dono.

A tristeza em permanecer sozinho foi algo que tornou a vida da personagem terrível. A solidão compreende a todas as pessoas que são prejudicadas por diversas circunstâncias.

Para o autor do texto, o dono e o cão são uma coisa só.

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