Português, perguntado por 1114486279sp, 3 meses atrás

O agente do recenseamento vai bater na casa de subúrbio longínquo, aonde nunca chegam as notícias.



– Não quero comprar nada.



– Eu não vim vender, minha senhora. Estou fazendo o censo da população e lhe peço o favor de me ajudar.



– Ah moço, não estou em condições de ajudar ninguém. Tomara eu que Deus me ajude. Com licença, sim?



E fecha-lhe a porta.



Ele bate de novo.



– O senhor, outra vez?! Não lhe disse que não adianta pedir auxílio?



– A senhora não me entendeu bem, desculpe. Desejo que me auxilie mas é a encher esse papel. Não vai pagar nada, não vou tomar nada. Basta responder a umas perguntinhas.



– Não vou responder a perguntinha nenhuma, estou muito ocupada, até logo!



A porta é fechada de novo, de novo o agente obstinado tenta restabelecer o diálogo.



– Sabe de uma coisa? Dê o fora depressa antes que eu chame meu marido!



– Chame sim, minha senhora, eu me explico com ele.



(Só Deus sabe o que irá acontecer. Mas o rapaz tem uma ideia na cabeça: é preciso preencher o questionário, é preciso preencher o questionário, é preciso preencher o questionário).



– Que é que há? – resmunga o marido, sonolento, descalço e sem camisa, puxado pela mulher.



– É esse camelô aí que não quer deixar a gente sossegada!



– Não sou camelô, meu amigo, sou agente do censo...



– Agente coisa nenhuma, eles inventam uma besteira qualquer, depois empurram a mercadoria! A gente não pode comprar mais nada este mês, Ediraldo! [...]



ANDRADE, Carlos Drummond. Caso de recenseamento. In: Para gostar de ler. v. 2. Crônicas. São Paulo: Ática, 1995. p. 30-31.



No trecho “– O senhor, outra vez?!” (7º parágrafo), os pontos de interrogação e de exclamação sugerem
deboche.
dúvida.
irritação.
medo.

Soluções para a tarefa

Respondido por beatrizmangueli9
1

Resposta:

c) irritação

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