O açúcar Ferreira Gullar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, Dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. GULLAR, Ferreira. O açúcar. In: Dentro da noite veloz. 1 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975. p. 44 - 45 8. Na segunda estrofe, “e tampouco o fez o dono da usina.“, o primeiro "o" que aparece no trecho faz referência ao
A)dono.
B)açúcar.
C)Oliveira.
D)Estado.
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Resposta:
acredito que se refira ao açúcar
OliverDallagnol:
kkj
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