NUMA PROCISSÃO
UMA EXPERIENCIA SOBRE A PSYCHOLOGIA DAS MULTIDÕES DA QUAL RESULTOU SÉRIO DISTURBIO
Domingo, ás 15 horas, quando desfilava pelas ruas do centro da cidade, a procissão de “Corpus Christi”, um rapaz muito bem posto, que se achava na esquina da rua Direita e praça do Patriarcha, não se descobriu, conservando ostensivamente seu chapeu na cabeça.
Os crentes, que acompanhavam o cortejo, revoltaram-se com essa atitude e exigiram em altos brados que elle se descobrisse. Elle, no entanto, sorrindo, para a turba, não tirou o chapeu, embora o clamor da multidão já se tivesse transformado em franca ameaça. Foi então que innumeros populares tentaram lynchal-o, investindo contra elle. O rapaz pos-se em fuga, occultando-se na Leiteria Campo Bello, situada á rua de São Bento, até onde foi perseguido pelos mais exaltados.
O sub-delegado de plantão na policia Central compareceu ao local, onde deu garantias ao moço, protegendo-o contra a ira do povo.
Na policia Central, para onde foi conduzido, declarou a victima da exaltação popular, ser o engenheiro Flavio de Carvalho, de 31 annos de edade, residente à praça Oswaldo Cruz, 1.
Nas suas declarações, disse que, ha tempos, se vem dedicando a estudos sobre a psychologia das multidões e tem mesmo alguns trabalhos ineditos sobre a materia. Para melhor orientação dos seus estudos, resolvera fazer uma experiencia sobre a "capacidade aggressiva de uma massa religiosa á resistencia da força das leis civis, ou determinar se a força da crença é maior do que a força da lei e do respeito à vida humana".
Com esse intuito se postou no ponto citado e quando passava a procissão de "Corpus Christi" não se descobriu, sendo quasi lynchado pelos crentes, revoltados com essa sua attitude.
Terminou suas declarções dizendo que, não visava offender a religião do povo, pois esperava de facto que se verificasse tal reacção. a) O cerne do experimento está na tensão entre a 'força da crença' e a 'força da lei', questionando o que motiva uma multidão religiosa.
(B) Segundo Flávio de Carvalho, a experiência em 1931 tinha como intuito estudar o comportamento de uma multidão religiosa.
(C) O conflito entre artista e procissão ficou conhecido como Experiência nº 3 e não atingiu os resultados esperados por conta da intervenção policial.
(D) Flávio de Carvalho, artista do modernismo brasileiro, foi autor de diversas
Soluções para a tarefa
Resposta:confia
Explicação:
D
Sobre o texto: "Numa procissão" que narra o experimento de Flávio de Carvalho, é correto o que se afirma em, Alternativa B:
- Segundo Flávio de Carvalho, a experiência em 1931 tinha como intuito estudar o comportamento de uma multidão religiosa.
Com seu experimento Carvalho queria determinar se a força da crença é maior do que a força da lei e do respeito à vida humana, sem questionar o que motiva uma multidão religiosa, apenas a forma de eles reagir.
A experiência polêmica de Carvalho em 1931 tinha a finalidade de estudar o comportamento de uma multidão religiosa testando seus limites de tolerância e a agressividade.
O conflito entre artista e procissão ficou conhecido como Experiência nº 2 publicado no seu livro, enquanto que a Experiência nº 3 foi em 1956 e era um estudo sobre os padrões de moda no século XX.
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