nossas origens humanas
Soluções para a tarefa
Na visão popular, os avanços científicos são produto da genialidade de homens, que, por meio de insights, concebem ideias com força para abalar as estruturas do conhecimento. "Na realidade, a ciência é fruto de dedicação e de um longo percurso de pesquisa", diz o professor Antonio Carlos Pavão, diretor do Espaço Ciência, museu dedicado ao tema mantido pelo governo de Pernambuco. Nessa área, é preciso seguir um método, ou seja, regras básicas que norteiam a investigação científica: problematização, observação, investigação, pesquisa em diversas fontes, registro durante o percurso e conclusão.
Esses passos, formulados por René Descartes (1596-1650) e aperfeiçoados por outros cientistas, foram seguidos por Charles Darwin nos quase 28 anos durante os quais se debruçou sobre o estudo da origem da vida. "Ele sabia que o pensamento só teria validade e força para resistir à pressão da Igreja se estivesse totalmente baseado em provas vindas de um estudo meticuloso", ressalta Pavão. Dotado de uma grande capacidade de observação e de registros, apoiado nas pesquisas científicas mais recentes e tendo contato com especialistas de diversas áreas, Darwin conseguiu desenvolver a Teoria da Evolução seguindo essas cinco etapas indispensáveis - e que estão presentes até hoje no ensino de Ciências.
No senso comum, muitas vezes o termo "teoria" é usado como sinônimo de achismo. Mas em ciência ele significa a síntese de um vasto campo de conhecimentos formado por hipóteses testadas e comprovadas por leis e fatos científicos. "Nesse sentido, a Teoria da Evolução busca prever com alto grau de exatidão os fenômenos da natureza por meio de uma linha de raciocínio calcada em evidências e experimentos", diz Pavão.
Uma longa relação com o conhecimento
Quando jovem, Darwin foi um estudante mediano e desinteressado pela escola. O ensino da época, baseado na memorização, o deixava descontente. Para compensar, ele passava longas horas coletando espécies e comparando suas formas, um prenúncio do que viria a praticar pelo resto da vida. Na Universidade de Cambridge, onde estudara para se tornar pastor anglicano, ele se aprofundou nos estudos botânicos e na observação das semelhanças entre os seres vivos.