Português, perguntado por luan57418766, 1 ano atrás

Nos romances naturalista, o comportamento humano é comparado ao do animal, que age por instinto e vive num abiente degradante. Em sua opinião, qual passagem do trecho lido de O cortiço melhor sintetiza essa afirmativa ?

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Respondido por sougoku800
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Oi, linda, vou repetir minha resposta pq esta pesquisa dá muito trabalho para fazer.  

Zoomorfismo é uma técnica muito utilizada no romance naturalista, principalmente em O Cortiço (Obra de Aluísio Azevedo). Consiste em comparar personagens à animais quando elas se deixam guiar pelos instintos. É notado o grande interesse da estética naturalista por essa atitude, pois ela é encarada como um dos determinantes do comportamento.  

A relação com o Naturalismo:  

Zoomorfismo e sensualidade  

O Naturalismo manifesta grande interesse pelos instintos (principalmente o sexual), pois eles são encarados como determinantes de comportamento. Quando os personagens se deixam guiar pelos instintos, acabam sendo comparados aos animais. Tal técnica chama-se zoomorfismo e aparece com freqüência em O Cortiço. Repare no exemplo abaixo, extraído do Capítulo X, em que é descrito o canto sensual de Rita Baiana:  

"Também cantou. E cada verso que vinha da sua boca de mulata era um arrulhar choroso de pomba no cio. E o Firmo, bêbedo de volúpia, enroscava-se todo ao violão; e o violão e ele gemiam com o mesmo gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas as vozes de bichos sensuais, num desespero de luxúria que penetrava até ao tutano com línguas finíssimas de cobra. "  

Tipo de narrador - Narrado em 3ª pessoa, a obra tem um narrador onisciente  

que se situa fora do mundo narrado e/ou descrito.  

Os elementos sintéticos -  

Visuais - capacidade de representação visual do autor, certamente relacionada  

com sua habilidade para o desenho (Aluísio exerceu, em certa época, a  

atividade de caricaturista) e que faz que tenhamos freqüentemente, ao ler  

o romance, a impressão de estarmos assistindo a um filme; a outra é a  

sua formidável habilidade para dar vida à multidão, ao grande grupo humano  

dos moradores do cortiço.  

Olfativos - presente na obra através de imagens como o de Rita baiana:  

"o cheiro dela permaneceu no quarto assim que saiu. Só isto já o fazia  

sentir-se melhor."  

No ambiente o elemento olfativo tb é presente visto que Bertoleza tratava  

peixes e o odor do peixe permanecia na atmosfera local; até mesmo na  

alimentação como no cheiro do café da manhã, assim descrito:  

"começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia,  

suplantando todos os outros;"  

Auditivos - Na obra os elementos auditivos tb são retratados de forma  

a reproduzir os sons da realidade: "destacavam se risos, sons de vozes  

que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar de galos,  

cacarejar de galinhas." ( trecho de O Cortiço )  

Aspectos Animalescos da obra:  

As passagens em que o autor descreve o amanhecer no cortiço e as ações de seus moradores fervilha de animalidade, de odores, de agitação e barulhos que mais lembra uma selva tropical, é uma profusão de sensações, além de magistral e atípico em termos estilísticos. Os personagens também são definidos não só comparados a animais e plantas, mas também com características e instintos próprios deles. Isso é um aspecto contundente do Naturalismo - um Realismo levado ao extremo na caracterização e explicação das falhas humanas -, exibir seres humanos e cenários conforme a apropriação e a comparação a caracteres típicos da natureza, como se o homem fosse quase que inteiramente domado pelos seus instintos e desejos lascivos, submisso à sensualidade, em detrimento da sua capacidade de raciocínio e do seu livre-arbítrio.  

Aspectos Históricos:  

Abolição dos escravos ( 1888 ) Bem retratado na obra pelo exemplo de Bertoleza  

cujo sonho era obter a carta de alforria.  

Num contexto histórico amplo, vivia- se no Brasil do Segundo Reinado (1840 – 1889) de D Pedro II.  

F

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