História, perguntado por empazlandin, 10 meses atrás

Nos fins da Idade Média pesava na alma do povo uma tenebrosa melancolia. Quer se leia uma crônica, um poema, um sermão ou até um documento legal, a mesma impressão de tristeza nos é transmitida por todos eles. Dir-se-ia que todo este período foi particularmente infeliz, como se tivesse deixado apenas memória de violências, de cobiça, de ódio mortal e não tivesse conhecido outras satisfações que não fossem as da intemperança, do orgulho e da crueldade. A verdade é que nos documentos de todas as épocas o infortúnio deixa mais vestígios do que a felicidade. Os grandes males constituem os fundamentos da História. Somos talvez inclinados a concluir sem grande evidência que, de maneira geral e apesar de todas as calamidades, o total de felicidade pouco terá mudado de época para época. Mas no século XV, assim como durante o romantismo era, por assim dizer, de mau gosto elogiar francamente o mundo e a vida. Estava em moda ver apenas o sofrimento e a miséria, descobrir em tudo sinais de decadência e da aproximação do fim – em suma, condenar os tempos ou ter por eles desprezo. Em vão procuramos na literatura francesa dos começos do século XV esse vigoroso optimismo que há-de jorrar no Renascimento – apesar de que, diga-se, a tendência optimista do Renascimento é por vezes exagerada. HUIZINGA, J. O declínio da Idade Média. Braga, Portugal: Ulisseia, 1996. p. 31. Há na história, dependendo de nossos referenciais, certos exageros. Por isso o historiador deve estar atento para a forma como se aborda as fontes e também não deve tomar como verdadeiro tudo aquilo que, logo de cara, lhe salta aos olhos. Nesse sentido, o texto acima faz uma crítica à maneira como muitos historiadores tratam a Renascença. Nesse sentido, assinale a alternativa que contém a crítica levantada pelo autor:

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