Nós estamos sempre construindo convenções de tempo. Você aprendeu a contar a passagem de
sua idade a partir de aproximadamente 365 dias depois de seu nascimento. Mas esta não é a única
forma possível. Em outras sociedades, como alguns grupos tribais da Amazônia, da África e da
Polinésia, contam-se os anos pelos ciclos lunares.
Também aprendemos que entre a vida adulta e a infância existe a adolescência. Mas essa é uma
etapa criada só no final do século XIX. Em muitas sociedades nossas contemporâneas, os jovens
passam direto da infância à vida adulta, sem atravessar uma etapa que se chama adolescência. À
medida que as sociedades tornam-se mais complexas e centralizadas, quando aumenta a
especialização das tarefas e das carreiras profissionais, a preparação necessária ao desempenho
das atividades adultas fica mais prolongada e difícil. Crianças e jovens são isolados dos círculos
adultos. Essa vida social cria uma “cultura jovem” diferente do mundo adulto. Nessas sociedades, os
jovens seriam pessoas biologicamente maduras, mas socialmente imaturas.
Em casa, desde cedo, quando você entendeu que tem pais e que seus pais têm pais, já estava
aprendendo que há uma diferença de idade entre seus pais e seus avós. Mais do que um contraste
cronológico, você começa a perceber que há diferenças de comportamentos, gostos musicais e
valores entre seus pais e avós. Você mesmo já não concorda com tudo aquilo que seus pais dizem,
e eles às vezes estranham seus gostos musicais, vocabulário, ideias de beleza, etc.
As diferenças de gosto, valores, ideias políticas e até mesmo de técnicas usadas em trabalhos e
diversões definem uma geração. Seus avós, seus pais e você são de gerações distintas. Para os
estudos de população feitos por historiadores, geógrafos e antropólogos, em geral, convenciona-se
chamar o espaço de tempo entre 25 e 30 anos de uma geração. Assim, no ano 2000, podemos dizer
que o mundo ocidental cristão passou por cerca de 80 gerações. Mas esta não é a única convençãoNa nossa sociedade, em que o tempo é contado cada vez mais rapidamente, como podemos
observar pelas mudanças repentinas de moda e no ritmo de trabalho, as gerações passam a estar
contidas em espaços de tempo cada vez mais curtos, por vezes em décadas. É provável que quem
hoje tem entre 10 e 15 anos estude com professores que têm 30 anos. Esses professores definem
como “alunos de outras épocas”, de “outra geração”. Com relação a você, os professores já sentem
diferenças de comportamentos.
A definição de uma geração depende do ponto de referência do qual se parte para perceber
contrastes de valores, comportamentos e técnicas das faixas de idade existentes numa sociedade.
Embora não esteja sempre condicionada às faixas etárias, muitas vezes, em nossa sociedade, a
definição de geração coincide com elas. Em sociedades mais antigas, cuja noção de tempo era
diferente da nossa, uma geração poderia perfeitamente coincidir com o que definimos como século,
ou mesmo conjunto de séculos.
Alexander Martins Vianna. Ciência hoje na escola, 7: Tempo e Espaço. R.J.,1999.
Interpretação escrita
1. O texto fala de três das convenções de tempo que nós construímos.
2. a) Quais são elas? b) Por que são consideradas convenções?
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Resposta:
Seguinte mano, tu faz assim desse jeito e vai acertar, se fizer de outro jeito erra então a responda para suas perguntas é definidas por você mesmo, obrigada pelos pontos.
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