Nos esportes de resistência (como em maratonas, ciclismo e triathlon), é necessário manter a maior velocidade possível dentro de um determinado percurso. Um ciclista do Tour de France, por exemplo, pode pedalar por 200km mantendo uma velocidade média de mais de 40km/h! Um dos parâmetros envolvidos na manutenção dessa velocidade incrível é o consumo máximo de oxigênio (VO2 max). O VO2 max mede a quantidade de oxigênio consumida por unidade de tempo, como é possível conferir na tabela a seguir.
Nível de Aptidão Física do American Heart Association – AHA
Para Homens – VO2 max em ml/kg/min
Idade Muito fraca Fraca Regular Boa Excelente
20 - 29 < 25 25 - 33 34 - 42 43 - 52 > 53
30 - 39 < 23 23 - 30 31 - 38 39 - 48 > 49
40 - 49 < 20 20 - 26 27 - 35 36 - 44 > 45
50 - 59 < 18 18 - 24 25 - 33 34 42 > 43
60 - 69 < 16 16 - 12 23 - 30 31 - 40 > 41
Quanto maior o valor do VO2 max, melhor o desempenho do indivíduo nas atividades aeróbicas. Por exemplo, Chris Froome – ciclista campeão do Tour de France – possui VO2 max de 84,6. Já indivíduos sedentários ou com doenças cardiovasculares tendem a possuir um VO2 max inferior.
Sendo assim, um atleta do Tour de France possuirá um VO2 max muito superior ao de um indivíduo sedentário. Como as mitocôndrias podem contribuir na melhora do VO2 e, consequentemente, auxiliar na manutenção de velocidades incrivelmente altas de um atleta?
Soluções para a tarefa
Resposta:
As mitocôndrias podem contribuir na melhora do VO2, isso porque o aumento da superfície da membrana mitocondrial, é responsável por elevar a capacidade de troca de metabólitos com o citoplasma. Consequentemente, haverá aumento da sensibilidade da mitocôndria ao estímulo do exercício, produzindo um menor déficit de oxigênio na transição do repouso para a retomada da atividade.
Quanto maior o volume mitocondrial desencadeado pelo treinamento aeróbio, maior a concentração de enzimas, entre elas, as presentes no ciclo de Krebs, associadas à fosforilação de ATP.
Além disso, há também um aumento das enzimas da lipólise e transporte mitocondrial. Essas modificações compõem a melhora na capacidade de catabolizar lipídios e carboidratos durante o exercício, que produzirá, durante o exercício, uma preservação do glicogênio muscular e hepático, aumentando os estoques corporais de carboidratos.
Resposta:
O VO2 aumenta com o treinamento, mas também pode reduzir se a intensidade do treinamento for diminuída. Os treinamentos para elevar o VO2 max também melhoram o débito cardíaco e promovem adaptações de capilares sanguíneos, melhorando a irrigação dos tecidos envolvidos. Para se elevar o VO2, é necessário aumentar a eficiência no consumo de oxigênio (lembrando que o oxigênio recebe elétrons do complexo IV da cadeia transportadora de elétrons e é o aceptor final). Para isso, é importante aumentar a quantidade de mitocôndrias no tecido muscular. Isso explica, em parte, porque um indivíduo sedentário que começa a praticar uma atividade física (como a corrida) não consegue manter o ritmo por muito tempo. Por ter poucas mitocôndrias, a oxidação dos carboidratos incompleta, o que gera uma grande quantidade de ácido lático. Por ser um ácido, se estiver presente em grandes concentrações, pode diminuir o pH do citosol, promovendo desnaturação de proteínas e até mesmo lesão no tecido. Com o aumento na quantidade de mitocôndrias, a oxidação de combustíveis é mais eficiente, pois o oxigênio será utilizado de maneira mais eficiente, gerando uma quantidade menor de ácido lático, permitindo a manutenção da intensidade do exercício por mais tempo.
Explicação: Padrão de resposta esperado