História, perguntado por juliomulerbm, 5 meses atrás

Nos dias de hoje, ainda existem casos de pessoas que são discriminadas com base em estereótipos, como de gênero ou de orientação sexual?​

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Respondido por 4542222356
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Resposta:

Explicação:

O etnocentrismo consiste em julgar, a partir de padrões culturais próprios, como “certo” ou “errado”, “feio” ou “bonito”, “normal” ou “anormal”, os comportamentos e as formas de ver o mundo dos outros povos, desqualificando suas práticas e até negando sua humanidade. Assim, percebemos como o etnocentrismo se relaciona com o conceito de estereótipo, que consiste na generalização e atribuição de valor (na maioria das vezes, negativo) a algumas características de um grupo, reduzindo-o a essas características e definindo os “lugares de poder” a serem ocupados. É uma generalização de julgamentos subjetivos, feitos em relação a um determinado grupo, impondo-lhe o lugar de inferior e de incapaz, no caso dos estereótipos negativos. No cotidiano, temos expressões que reforçam os estereótipos: “tudo farinha do mesmo saco”; “tal pai, tal filho”; “só podia ser mulher”; “nordestino é preguiçoso”; “serviço de negro”; e uma série de outras expressões e ditados populares específicos de cada região do país.”(Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC;Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)

Os estereótipos são também uma maneira de “biologizar” as ca­racterísticas de um grupo, isto é, considerá-las como fruto exclusivo da biologia, da anatomia. O processo de naturalização ou biologização das diferenças étnico-raciais, de gênero ou de orientação sexual, que marcou os séculos XIX e XX, vinculou-se à restrição da cidadania a negros, mulheres e homossexuais. (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC;Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)

Uma das justificativas, até o início do século XX, para a não extensão às mulheres do direito de voto, baseava-se na idéia de que elas possuíam um cérebro menor e menos desenvolvido do que o dos homens.A homossexualidade, por sua vez, era tida como uma espécie de anomalia da natureza, ou seja, uma doença. Nas democracias modernas, desigualdades naturais podiam justificar o não acesso pleno à cidadania. No interior de nossa sociedade, encontramos ainda uma série de atitudes etnocêntricas. Muitos acreditaram que havia várias ra­ças e sub-raças, que determinariam, geneticamente, as capacidades das pessoas, hoje sabemos que isso não é verdade. (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC;Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)

Em se tratando de Brasil, não podemos deixar de falar nas religiões de matriz africana, como o candomblé e umbanda, resultado do sincretismo religioso. O sacrifício animal em algumas crenças afro-brasi­leiras tem sido considerado sinônimo de barbárie, por praticantes de outros credos. Trata-se, contudo, simplesmente de uma forma específica para que homens/mulhe­res entrem em contato com o divino, com os deuses, nesses casos, os orixás, cada qual com sua preferência, no que diz respeito ao ritual de oferenda. Outras religiões pregam formas diversificadas de contato com o divino, classificando e condenando as práticas do candomblé, como “erradas” e “bárbaras”, ou como “feitiçaria”. (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC;Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)

“O preconceito de alguns segmentos religiosos tem levado seus seguidores a atacar e desrespeitar os chamados “terreiros”. O espiritismo kardecista, hoje praticado nas mais distintas partes do Brasil, foi durante muito tempo perseguido por aqueles que, ado­tando um ponto de vista católico ou médico, afirmavam serem as práticas espíritas próprias de charlatães. Se boa parte dos/as brasileiros/as se define como católica, a verdade é que somos um país cruzado por múltiplas crenças, havendo divergências até mesmo no interior do próprio catolicismo: somos um país plural. A Constituição Brasileira garante a liberdade religiosa e de crença, e as instituições devem promover o respeito entre os/as praticantes de diferentes religiões, além de preservar o direito daqueles/as que não adotam qualquer prática religiosa. No entanto, é bastante comum encontrarmos crianças e adolescentes que exibem, com orgulho, para seus/suas educadores/as, os símbolos de sua primeira comunhão, enquanto famílias que cultuam religiões de matriz africana são pejorativamente chamadas de “macumbeiras”, sendo discrimina­das por suas identidades religiosas.” (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)


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