Normalmente, pessoas que frequentam instituições educacionais acabam por ter um comportamento consciente, de respeito à diversidade. Tais pessoas instruídas, agem com mais racionalidade e valorizam a convivência social como condição fundamental da realização do necessário para todos e para si mesmas. Este é um dilema que a educação sempre teve dificuldades de resolver. Um grande número de cientistas sociais, dos mais diversos campos de conhecimento, como Filosofia, Sociologia, História, Geografia, Literatura, Antropologia, e até mesmo de outros campos do conhecimento, debatem sobre este assunto tão presente. Em nossos estudos, falamos constantemente sobre o papel da Sociologia e da Antropologia na formação de historiadores. Não é preciso muito esforço para entender o porquê da vitalidade da educação, contudo, é árduo os resultados práticos que ela pode gerar para uma sociedade melhor. Discutimos diversas posturas ideológicas e metodológicas sobre o papel da educação dentro do corpo social. Neste sentido, cite e explique por meio de um texto dissertativo-argumentativo, ao menos duas posturas ideológicas e metodológicas das ciências sociais (Sociologia ou Antropologia) que discutem a função da educação para a transformação da sociedade.
Orientações:
- Você pode optar por teóricos clássicos (Durkheim, Marx e Weber) ou por outros pensadores abordados nesta disciplina.
- Assista ao vídeo explicativo, disponível na Sala do Café.
- Elabore, de forma dissertativa argumentativa, seu posicionamento frente à questão levantada.
- Seu texto deverá conter no mínimo 15 linhas e no máximo 30 linhas.
- Utilize argumentos que expressem sua criticidade.Para isso, consulte o livro e verifique as leituras complementares, disponíveis no Material da Disciplina.
- Leia novamente o que escreveu, amplie as ideias e conclua sua atividade.
- Realize uma cuidadosa correção em seu texto antes de enviá-lo.
Soluções para a tarefa
Resposta:
A antropologia, como ciência da modernidade, coloca seu aparato teórico construído no passado, com possibilidade de, no presente, explicar e compreender os intensos movimentos provocados pela globalização: de um lado, os processos homogeneizantes da ordem social mundial e, de outro, contrariando tal tendência, a reivindicação das singularidades, apontando para a constituição da humanidade como una e diversa. Contudo, essa tradição é hoje alvo de controvérsias, na medida em que os fatos decorrentes da intensa transformação da realidade parecem não estar contidos em seus princípios explicativos. Nesse campo de tensão, defende-se que ora a trajetória da antropologia tem sido a de avaliar as diferenças sociais, étnicas e outras com a finalidade de proporcionar alternativas de intervenção sobre a realidade social de modo a não negar as diferenças; ora não seria a tradição antropológica suficiente para dar conta do contexto político das diferenças e, como tal, estaria superada em seus propósitos. Decorrentes do questionamento que afeta as ciências humanas de modo geral ainda na segunda metade do século XX, e em particular a antropologia, emergem outras perspectivas teóricas, dentre as quais se destacam os chamados estudos culturais, cuja definição se dá no interior das correntes ditas pós-modernas.
Segundo Paula Montero (2003), uma longa história está na base de construção da antropologia como campo científico, e essa história envolve duas categorias fundamentais: a idéia de Homem e a idéia de Cultura. Para a autora, hoje se faz necessário retomar tais conceitos, resgatando seus pressupostos e, a partir do diálogo com alguns autores, situar a contribuição da abordagem antropológica para a inteligência dos problemas contemporâneos. Diz ainda que é necessário rasgar o véu da inocência que recobre muitos dos pressupostos da disciplina e, com isso, resgatar seu papel político, em nada diferente de outras ciências. A análise do lugar variável da antropologia, como campo disciplinar no passado e no presente, coloca em questão a dimensão política própria de qualquer ciência e não ausente da história e da prática dessa ciência nascida nos estertores do século XIX e no início do século XX. Nesse sentido, a afirmação de Benoît de L’Estoile, Federico Neiburg e Lygia Sigaud (2002) aponta sua natureza:
Na divisão de trabalho entre as ciências sociais, a antropologia especializou-se na descrição e na classificação dos grupos sociais freqüentemente tidos como primitivos, atrasados, marginais, tribais, subdesenvolvidos ou pré-modernos, definidos por sua exterioridade e alteridade em relação ao mundo dos antropólogos, ele próprio definido pela civilização, pela ciência e pela técnica. No entanto, o trabalho dos antropólogos só foi possível porque tais grupos já se encontravam submetidos ou em processo de submissão aos estados nacionais ou imperiais modernos, e eram objeto de políticas que compreendiam desde a preservação e a proteção até programas de transformação social planificada e, também, políticas repressivas. A participação dos antropólogos na elaboração e na implementação dessas políticas tem sido habitualmente objeto de considerações morais e políticas, mas negligenciada do ponto de vista da análise sociológica (p.9).
Explicação: