"No verão andam nus, cobrindo as partes pudendas com um pedaço de pano. As crianças e os jovens até dez, doze e catorze anos de idade andam inteiramente despidos. No inverno penduram simplesmente no corpo uma pele não curtida de veado, urso ou pantera; ou pegam algumas peles de castor e de lontra, gato-do-mato, guaxinim, marta, arminho, caxinguelê, que abundam neste país, e costuram umas nas outras, até fazer uma peça quadrada, que lhes serve de roupa; ou compram de nós, holandeses, duas varas e meia de pano de lã felpuda, que penduram simplesmente no corpo, do jeito que o pedaço foi tirado da peça, sem costurá-lo, e já saem com ele. Contemplam-se a todo momento, julgando-se muito elegantes. Eles mesmos fazem meias e sapatos de couro de veado para si, ou apanham folhas de milho, trançam-nas umas nas outras, e usam-nas como calçados. Assim as mulheres como os homens andam com a cabeça descoberta [...]. Vivem geralmente sem casamento; e se um deles tem esposa, o casamento só perdura enquanto for do agrado de ambas as partes; quando deixa de sê-lo separam-se e cada qual escolhe outro companheiro. Vi casais separados que, depois de viver muito tempo com outros, deixam esses outros também, procuram os companheiros anteriores e reconstituem os pares primitivos. E, embora tenham esposas, não deixam de frequentar prostitutas; e, se puderem dormir com a esposa de outro homem, entendem que isso é muito bonito."
1. Que costumes europeus são evidenciados no texto de Megapolensis, em contraste com o seu relato sobre os Mahakuaas? Exemplifique citando trechos do texto.
2. Cite passagens do texto em que é possível perceber o julgamento eurocêntrico de Megapolensis em relação aos indígenas e explique por quê.
3. Quando afirma “Vivem geralmente sem casamento”, que conceito de “casamento” Megapolensis utiliza? Esse conceito é o mesmo que utilizamos atualmente? Explique.
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Olá!
1) Podemos perceber que o autor ao falar sobre os costumes de vestimenta, de relacionamentos afetivos e até mesmo de casos extraconjugais por parte dos Mahakuaas, deixam claro que os europeus sempre cobrem o corpo e as partes íntimas, possuem uma moral judaico-cristã e a sociedade como um todo abomina a infidelidade, ainda que a mesma aconteça.
2) No trecho "Contemplam-se a todo momento, julgando-se muito elegantes" a parte grifada demonstra certo tom de zombaria; implicitamente afirma que eles estão "foras de moda", possuem hábitos primitivos em relação aos europeus.
"E, embora tenham esposas, não deixam de frequentar prostitutas; e, se puderem dormir com a esposa de outro homem, entendem que isso é muito bonito" - nesse trecho as relações conjugais do povo em questão são abominadas, de forma discreta, pela moral do europeu.
3) o conceito que os Mahakuaas usam, por assim dizer, está conceituado no trecho "o casamento só perdura enquanto for do agrado de ambas as partes"; é, de certo modo, uma visão utilitarista das relações afetivas, pois enquanto for bom, o casal continua, mas se alguém enjoar, simplesmente termina. E se houver arrependimento, voltam, mesmo após terem constituído outra família.
Atualmente, na sociedade ocidental as relações estão líquidas, já como afirma o sociólogo Bauman, o que corrobora a ideia de que hoje em dia usamos a visão de casamento dos Mahakuaas.
Espero ter ajudado!
1) Podemos perceber que o autor ao falar sobre os costumes de vestimenta, de relacionamentos afetivos e até mesmo de casos extraconjugais por parte dos Mahakuaas, deixam claro que os europeus sempre cobrem o corpo e as partes íntimas, possuem uma moral judaico-cristã e a sociedade como um todo abomina a infidelidade, ainda que a mesma aconteça.
2) No trecho "Contemplam-se a todo momento, julgando-se muito elegantes" a parte grifada demonstra certo tom de zombaria; implicitamente afirma que eles estão "foras de moda", possuem hábitos primitivos em relação aos europeus.
"E, embora tenham esposas, não deixam de frequentar prostitutas; e, se puderem dormir com a esposa de outro homem, entendem que isso é muito bonito" - nesse trecho as relações conjugais do povo em questão são abominadas, de forma discreta, pela moral do europeu.
3) o conceito que os Mahakuaas usam, por assim dizer, está conceituado no trecho "o casamento só perdura enquanto for do agrado de ambas as partes"; é, de certo modo, uma visão utilitarista das relações afetivas, pois enquanto for bom, o casal continua, mas se alguém enjoar, simplesmente termina. E se houver arrependimento, voltam, mesmo após terem constituído outra família.
Atualmente, na sociedade ocidental as relações estão líquidas, já como afirma o sociólogo Bauman, o que corrobora a ideia de que hoje em dia usamos a visão de casamento dos Mahakuaas.
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