Geografia, perguntado por soarestata2704, 11 meses atrás

No último mês de março, Tonico Benites fez história. O índio, que é membro do conselho do Aty Guasu e uma das principais lideranças Guarani Kaiowá, conseguiu o título de doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a tese “Rezando e lutando”.

Reconhecido por sua atuação na defesa dos territórios indígenas, Tonico levou para a academia a ótica indígena sobre os conflitos de terra que assolam o Mato Grosso do Sul. O antropólogo estudou a movimentação das populações Guarani Kaiowá em busca de suas terras tradicionais (tekohas).

Dados do Distrito Sanitário Especial Indígena apontam que, entre 2007 e 2013, houve 487 mortes violentas de índios no Mato Grosso do Sul, sendo 137 por homicídio. Benites é pessimista em relação à violência dos conflitos por terra na região. “Os assassinos das lideranças não são punidos e a impunidade alimenta as violências contras os indígenas. Essa disputa pela terra entre os indígenas e os fazendeiros vai muito longe ainda”, acredita o antropólogo.

Em entrevista à Fórum, Benites analisa o atual estágio de demarcações de terras, afirma que o país se tornou a “República Ruralista” e traz um retrato histórico sobre o conflito agrário no país. “Ao longo de 513 anos, a história real do Brasil evidencia que já se cometeu todos os tipos de crimes de etnocídio e genocídio contra os indígenas e contra a humanidade.”

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PERGUNTAS:


1- Por que o antropologista índigena afirma que os confrontos entre seus povos e os fazendeiros de Mato Grosso do Sul ainda vão longe (ponto de interrogação)


2- Em sua opinião, por que há conflitos envolvendo índigenas e fazendeiros (ponto de interrogação)



PESSOAL POR FAVOR ME AJUDEM, É PARA NOTA E ESTOU COM DÚVIDA

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Respondido por kayomykaelss
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Resposta: No último mês de março, Tonico Benites fez história. O índio, que é membro do conselho do Aty Guasu e uma das principais lideranças Guarani Kaiowá, conseguiu o título de doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a tese “Rezando e lutando”.

Reconhecido por sua atuação na defesa dos territórios indígenas, Tonico levou para a academia a ótica indígena sobre os conflitos de terra que assolam o Mato Grosso do Sul. O antropólogo estudou a movimentação das populações Guarani Kaiowá em busca de suas terras tradicionais (tekohas).

Dados do Distrito Sanitário Especial Indígena apontam que, entre 2007 e 2013, houve 487 mortes violentas de índios no Mato Grosso do Sul, sendo 137 por homicídio. Benites é pessimista em relação à violência dos conflitos por terra na região. “Os assassinos das lideranças não são punidos e a impunidade alimenta as violências contras os indígenas. Essa disputa pela terra entre os indígenas e os fazendeiros vai muito longe ainda”, acredita o antropólogo.

Em entrevista à Fórum, Benites analisa o atual estágio de demarcações de terras, afirma que o país se tornou a “República Ruralista” e traz um retrato histórico sobre o conflito agrário no país. “Ao longo de 513 anos, a história real do Brasil evidencia que já se cometeu todos os tipos de crimes de etnocídio e genocídio contra os indígenas e contra a humanidade.”

Fórum – Qual a sua opinião sobre o 19 de abril?

Tonico Benites – A princípio, o Dia do Índio, lembrado no 19 de abril no Brasil, é resultado da reivindicação do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México em 1940. Um dos objetivos era que os governos escutassem e atendessem as demandas dos povos nativos. Assim, serve evidentemente para relembrar que os povos indígenas, através de seus saberes e conhecimentos milenares, contribuíram e participaram das formações dos países na América do Sul. Na sequência, em meados de séculos XX, após a formação de cada país na América do Sul, os povos nativos foram massacrados, dizimados e expulsos de suas terras antigas pelas políticas dos Estados.

Além disso, o Dia do Índio era e é para discutir e avaliar as efetivações dos direitos indígenas no país.  Assim, no próximo 19 de abril, será necessário destacar as situações atuais de diversos povos indígenas no Brasil, avaliando o processo de demarcação de terras e violações de direitos, a nossa miséria, fome e as doenças que nos assolam. E para destacar que historicamente os índios foram e são submetidos ao trabalho escravo. Hoje, índios sem terra vivem apinhados em terras onde permanecem em situações instáveis, vulneráveis, são escravizados e têm a sua mão de obra explorada pelas empresas de usina de cana de açúcar, além de outras. Frente ao processo de genocídio, promovido historicamente pelo governo brasileiro, não temos nada a comemorar no Dia do Índio. É comum, no Brasil, na data, principalmente nas escolas, a caricaturização, folclorização inferiorização dos povos indígenas, alimentando o preconceito e racismo, ignorando as demandas reais dos indígenas.

Explicação:

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