Ed. Moral, perguntado por Gabrieloliveira213, 4 meses atrás

No último capítulo do livro O que é religião?, intitulado “A aposta”, Rubem Alves abre a sua reflexão assim: “Convocamos e ouvimos psicólogos, filósofos, cientistas sociais testemunham e nos asseguram que a religião é uma louca que balbucia coisas sem nexo, distribuindo ilusões, fazendo alianças com os poderosos, narcotizando os pobres. Outros, ao contrário, afirmam que sem a religião o mundo humano não pode existir e que, quando deciframos os seus símbolos, contemplamo-nos como num espelho. E mais, que é justamente com estes símbolos que os oprimidos constroem suas esperanças e se lançam à luta. Curioso, entretanto, que nenhuma das testemunhas tenha sido jamais vista nos lugares sagrados, em busca de comunhão com o divino. E o que é mais grave: é sabido que nenhuma delas jamais acreditou naquilo que a religião tem a dizer. É assim com os cientistas: prestam atenção, sem acreditar; escutam e anotam, convencidos de que os homens não sabem sobre o que estão falando. Eles pensam que aqueles que não passaram pela educação científica, os homens comuns, são como sonâmbulos: caminham envolvidos por uma nuvem de ilusões e equívocos que não os deixa ver a verdade. Míopes. Cegos. Veem as coisas de cabeça para baixo. Não por má fé, mas por incapacidade cognitiva. E esta é a razão por que os cientistas ouvem suas palavras com um sorriso condescendente. Serão eles, os cientistas, que retirarão do discurso do senso comum a verdade a que somente a ciência tem acesso. E é por isto que nenhum cientista pode acreditar nas palavras da religião. Se acreditassem, seriam religiosos e não homens de ciência. Não lhes sobra outra alternativa. Todas as ciências, sem exceção, são obrigadas a um rigoroso ateísmo metodológico: demônios e deuses não podem ser invocados para explicar coisa alguma. Tudo se passa, no jogo da ciência, como se Deus não existisse... E se é daí que partem os cientistas, como poderiam eles acreditar naqueles que invocam os deuses e têm a ingenuidade de orar?... Não haverá um dever de honestidade a nos obrigar a ouvir a religião, até agora silenciosa? Não deveremos permitir que ela articule os seus pontos de vista? Ou nos comportaremos como inquisidores?” ALVES, Rubem. O que é religião? São Paulo: Loyola, 1999, p. 115-116. 17 Sobre a distinção entre religião e ciência, fé e razão elaborada pelo autor, NÃO é correto afirmar: *

A) As pessoas continuam a ser fascinadas pela religião, a despeito de toda a crítica que lhe faz a ciência. Esta nos coloca num mundo glacial e mecânico, matematicamente preciso e tecnicamente manipulável, mas vazio de significações humanas e indiferente ao nosso amor... A religião fala sobre o sentido da vida.

B) Nesse capítulo, ele defende a singularidade e a diferença da religião em relação à ciência e diz que, para compreendê-la, teremos de ouvir a voz da religião, ainda que ela esteja mais próxima da poesia que da ciência... uma realidade em que a fala não está subordinada aos olhos, mas ligada ao coração.

C) Para ele, a ciência empalhou a religião, tirando dela verdades muito diferentes daquelas que a própria religião viva diz... As pessoas religiosas, ao dizer os nomes sagrados, realmente creem num "lá fora" e é deste mundo invisível que suas esperanças se alimentam. Tudo tão distante, tão diferente da sabedoria científica.

D) Para ele, sem religião não há sentido da vida. Quando, diante das dificuldades, as pessoas se perguntam se vale a pena viver, somente a religião dá resposta esperançada. Por isso, não é raro vermos pessoas mergulhadas nos abismos da loucura, ou optarem voluntariamente pelo abismo do suicídio por não obterem resposta das ciências.

Soluções para a tarefa

Respondido por maria9048216
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Resposta:

letra B

Explicação:

pois ela está errradissima

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