no texto moça escreve pra mim? o serviço de escritas de cartas foi objeto de reportagen exponha sua opinião
Soluções para a tarefa
O passatempo favorito do massoterapeuta Petrúcio Ramos da Silva, de 64 anos, é enviar cartas – mesmo sem poder escrevê-las. Nascido em Garanhuns, Pernambuco, ele é deficiente visual desde a adolescência. Vivendo em São Paulo há quatro décadas, acumulou mais de cem correspondentes espalhados pelo Brasil, Portugal e Angola. “Só não trato de política, religião e futebol”, diz. Para tratar de todo o resto, e enviar notícias a familiares e amigos, Petrúcio toma emprestadas as mãos de parentes e até de desconhecidos. Estes, Petrúcio encontra no Escreve Cartas – uma iniciativa do governo paulista que funciona nos postos do Poupatempo de Itaquera, na zona leste da capital, e de Santo Amaro, na zona sul.
O Poupatempo é uma espécie de “agência de despachos” oficial que agiliza o atendimento a quem precisa se acertar com a burocracia do Estado, como tirar carteira de identidade ou de trabalho. Nos postos onde funciona o Escreve Cartas, cerca de cem voluntários atendem a pedidos que, além das missivas, incluem o preenchimento de formulários e a elaboração de currículos. O serviço é gratuito.