No texto a seguir, a historiadora Lilia Moritz
Schwarcz analisa a relação que se estabelecia
entre a república e a modernidade no início
do século XX
«A urbanização traria consigo suas pró-
prias novidades e necessidades. Formas alter-
nativas de habitação, lazer e trabalho, mas
também problemas de transporte, moradia
e educação fariam parte dessa nova agenda
veloz. A imagem geral era de que tudo mudava,
e aceleradamente. [...]
O suposto era que a jovem república re-
presentava a modernidade que se instalava
no país, tirando-o da 'letargia da monarquia'
ou da barbárie da escravidão! [...] Ícone dos
novos tempos foi [...] a 'nova Avenida Central
[...), exemplo maior do projeto urbanístico que
transformou a capital federal em verdadeiro
cartão postal, com fachadas art nouveau feitas
de mármore e cristal, modernos lampiões à
luz elétrica, lojas de produtos importados e
transeuntes à francesa.”
A
SCHWARCZ, Lilia Moritz (Org.). História do Brasil
nação: a abertura para o mundo (1889-1930),
Madri: Fundación Mapfre; Rio de Janeiro: Objetiva,
2012. p. 43-44. v. 3.
a) Quais elementos, segundo o texto, eram
rejeitados por não corresponderem à mo-
dernidade?
b) De que maneira a jovem república brasileira
tratou as necessidades que surgiram com
a acelerada urbanização no período?
c) As revoltas da Vacina e da Chibata demons-
traram que a Primeira República implantou
um tipo de modernidade que não diferia
muito da "barbárie da escravidão". Comente
essa afirmação
Soluções para a tarefa
Resposta:
Atividades
1. a) Eram rejeitadas a monarquia e a escravidão.
b) O governo republicano lidou com essas questões de maneira autoritária e violenta: promoveu a remoção das pessoas pobres das áreas centrais e tratou as questões trabalhistas e sociais como se fossem problemas de policia. Além disso, os espaços de lazer da população pobre tornaram -se cada vez mais controlados pela policia.
c) A Revolta da Chibata decorreu, entre outros fatores, dos, maus-tratos e punições físicas sofridos pelos marinheiros, uma herança direta da escravidão. A Revolta da Vacina foi o resultado do autoritarismo de uma república excludente e cuja base de poder era o mandonismo local, práticas arcaicas que remeta ao Brasil monárquico.
a) A monarquia e a escravidão são elementos que, dentro do texto, são apresentados como opostos à modernidade.
b) A jovem república atuou de forma a impulsionar a urbanização através de obras de embelezamento e mobilidade urbana.
c) As Revoltas citadas na questão mostram que os conflitos violentos seguiam ocorrendo nas cidades, com forte repressão Estatal sobre o povo, assim como já ocorria no período colonial.
Modernidade e urbanização na República
O período que consiste na virada do século XIX para o início do século XX marcou uma grande mudança na estrutura da capital brasileira, o Rio de Janeiro. Impulsionado pela Nova República e suas mudanças políticas, a cidade foi modernizada.
Antes bastante concentrada na sua região central, formada por ruas estreitas, a cidade do Rio de Janeiro recebeu grandes reformas urbanas, como a Reforma do presidente Rodrigues Alves e a do prefeito Pereira Passos. Estas buscavam modernizar o espaço urbano carioca, e tem como um dos grandes símbolos dessa modernização a Avenida Central.
Porém, as contradições da cidade seguiam ocorrendo, e por isso Revoltas como a da Chibata e da Vacina eclodiram, mostrando que essa modernização ocorre de forma desigual.
Para saber mais sobre a Revolta da Vacina, acesse: https://brainly.com.br/tarefa/558105
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