No século XX quais eram os produtos africanos e onde eram utilizados?
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Resposta:
Explicação:
Ouço as preces das almas inocentes daquelas bárbaras nações, em número quase infindo, cuja antiga geração desde o começo do mundo nunca viu luz divinal. (Azurara)
O tráfico de escravos é uma velha prática das sociedades humanas incitando diferentes campos do conhecimento a buscar compreender esse fenômeno no contexto das relações sociais. Entre fenícios, gregos, romanos e muitos outros grupos sociais a prática da escravidão se proliferou, com características bem particulares a cada grupo.
Nas sociedades africanas a escravidão e o comércio de escravos eram instituições fortemente enraizadas. Segundo descrições do viajante Cadamosto, em 1455, os escravos eram capturados em guerra com reinos vizinhos, alguns passavam a integrar a economia doméstica e os demais eram vendidos para os “mouros” em troca de cavalos (THORNTON, 2009, p. 155).
Cadamosto refere-se ao que observou na África Ocidental, na região que hoje corresponde ao Senegal/Mauritânia, um dos primeiros pontos de contato entre portugueses e africanos. Esse território era atravessado por caravanas de comerciantes árabes que passavam pelo antigo Reino do Mali – que se constituiu junto aos rios que dão origem ao Rio Senegal – em direção ao norte da África, a região de Marrakech.
Na maior parte dos reinos africanos, os escravos não exerciam funções produtivas, pois esta era realizada familiarmente e os poucos escravos que dela participavam acabavam incorporados às linhagens. Nas antigas sociedades africanas, os escravos pertenciam às elites ou ao Estado e eram usados como soldados, na administração, como concubinas ou em sacrifícios rituais. Manter escravos era, segundo Lovejoy, conservar um dos muitos tipos de relações de dependência existente em sociedade baseadas em sistemas de produção linhageiro ⚑ ou doméstico, entretanto, a escravidão não era uma instituição essencial (LOVEJOY , 2002b, p. 44)
As conquistas do norte da África e do sul da Europa promovidas pelos sucessores de Maomé, após a morte do profeta, em 732, serão o marco inicial dos contatos entre povos muçulmanos e os reinos africanos. Os cronistas árabes, que acompanhavam essa expansão, registraram os feitos dos califas nos séculos VIII e IX e descreveram as rotas comerciais, que ligavam o Sudão Ocidental (África Ocidental) e o Oriental em direção ao litoral do Mar Vermelho e a Península da Arábia.
Com a expansão dos contatos com comerciantes islâmicos, a pré-existência de escravos favoreceu a integração, nas sociedades africanas, de uma atividade baseado no comércio de pessoas. As fontes disponíveis mostram que, a partir do século IX, o rapto de escravos foi substituído por um comércio regular.
As informações dos geógrafos, cronistas e historiadores islâmicos permitem a reconstrução dos diversos caminhos e rotas de comércio que cruzavam a África Ocidental e Oriental, desde os rios Senegal e Níger, passando pelo lago Chade, atravessando as regiões de Dafur, Núbia e Abissínia, conduzindo os escravos para o leste e direção ao mar Vermelho e para Norte, em direção às possessões muçulmanas no norte da África. Outra área de intensa atividade comercial será a costa oriental junto ao Oceano Índico.