Português, perguntado por anonimo738, 5 meses atrás

No século XVI, o teatrólogo português Gil Vicente escreveu em uma peça de teatro um diálogo entre as personagens Todo Mundo, Ninguém e Belzebu (o demônio). O texto foi reescrito por Carlos Drummond de Andrade, em linguagem do século XX. Leia o início da versão de Drummond para responder à questão.



Todo Mundo e Ninguém

Ninguém

Tu estás a fim de quê?

Todo Mundo

A fim de coisas buscar
que não consigo topar.
Mas não desisto, porque
o cara tem de teimar.

Ninguém

Me diz teu nome primeiro.

Todo Mundo

Eu me chamo Todo Mundo
e passo o dia e o ano inteiro
correndo atrás de dinheiro,
seja limpo ou seja imundo.

Belzebu

Vale a pena dar ciência
e anotar isto bem,
por ser fato verdadeiro:
Que Ninguém tem consciência,
e Todo Mundo, dinheiro.

Ninguém

E que mais procuras, hem

Todo Mundo

Procuro poder e glória.

Ninguém

Eu cá não vou nessa história.
Só quero virtude ... Amém.

Belzebu

Mas o papai não se ilude
e traça: Livro Segundo.
Busca o poder Todo Mundo
e Ninguém busca virtude.

[...]
Assinale a afirmação correta:

A
Belzebu critica a democracia (poder do povo) ao afirmar que todo mundo busca o poder.

B
O autor utiliza linguagem formal culta, como se comprova pelo uso da 2ª pessoa (tu).

Belzebu censura os pais de todo mundo por não educarem os filhos para a virtude.

D
As personagens são alegóricas (alegoria = concretização de ideias abstratas).

Soluções para a tarefa

Respondido por joaomarcelogmanne
4

Resposta:

alternativa D

Explicação:

plurall

Respondido por renata24053
2

Resposta:

GABARITO

GABARITO DA QUESTÃO:

Alternativa D

Explicação:

GABARITO

GABARITO DA QUESTÃO:

Alternativa D

RESOLUÇÃO ou GABARITO COMENTADO:

A coletividade (todos X ninguém) é representada por duas personagens chamadas Todo Mundo e Ninguém, escritas com maiúsculas, personificações concretas da ideia abstrata. Essa concretização corresponde à definição de alegoria apresentada entre parênteses na alternativa.

DISTRATORES:

a) Incorreta, pois o poder referido por Belzebu não é o da coletividade, mas o poder pessoal buscado por cada um.

b) Incorreta, pois o emprego da segunda pessoa não é exclusivo da linguagem culta e o uso de gírias (“o cara”, “o papai”) é próprio da linguagem coloquial.

c) Incorreto, pois Belzebu não se refere aos pais em qualquer passagem do texto; “o papai” é um termo de gíria com o qual a pessoa se refere a si mesma.

HABILIDADE(S):

(EF67LP38) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem, como comparação, metáfora, metonímia, personificação, hipérbole, dentre outras.

(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.

(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

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