No período medieval, a Igreja Católica detinha muito poder devido à posse de terras e bens, ao
controle dos saberes e ligação com o poder político. Essa posição central da Igreja Católica a transformou
em alvo de críticas. Em um momento inicial, buscava-se reformar suas práticas, e, posteriormente, a
reinterpretação do cristianismo culminou em um movimento de ruptura. Porém, ela só foi possível
quando outros interesses econômicos e políticos se misturaram as questões religiosas.
Agora, para compreender os argumentos dos críticos, você lerá um trecho da obra Elogio da Loucura
de Erasmo de Roterdā, humanista e clérigo católico que buscava reformar a Igreja sem, no entanto,
romper com ela.
Ao concluir o item anterior, você já pode
realizar, em casa, a tarefa 2 "A influência
da Igreja na ciência renascentista"
Tarefa
Documento
Age Fotostock / Easypix Brasil
*
A crítica de Erasmo
Com que prazer, com que avidez o povo não escuta as
Portorico histórias inacreditáveis de fantasmas, de espíritos, de almas do
outro mundo, de inferno e outros prodigios do gênero! Quanto
mais o narrador se afastar do razoável, mais certeza terá de iludir seus ouvintes
e de acariciar seus ouvidos. Não se deve pensar, porém, que essas coisas
sirvam apenas para desentediar os que as dizem ou as ouvem, elas têm uma
utilidade mais sólida, servem para encher os bolsos dos padres e dos monges
Não há grande diferença entre esses loucos e aqueles que, por uma louca
confiança na proteção dos santos, são sempre acalentados pelas mais doces
esperanças. Um acredita que mal algum lhe acontecerá na jornada, se tiver a
felicidade de ver de manha uma figura ou uma estátua colossal de São
Cristóvão; outro está convencido de que sairá são e salvo de um combate,
porque, antes da ação, fez uma pequena reverência à estátua de Santa
Bárbara, um terceiro não duvida que logo enriquecerá, porque, em certos dias
da semana, nunca deixa de fazer uma visita a figura de Santo Erasmo.
Erasmo de Roterd. Hans Holbein (Alemanha,
Que direi dos que repousam tranquilamente sobre as indulgências,
1497-1543) Oleo sobre painel
contando de tal maneira com sua eficacia que medem como por um relógio
Kuntsmuseum Basel / Basel (Suiça), 1530
o tempo que devem ficar no purgatorio, calculando assim os séculos, os anos,
os meses, os dias e as horas com tanta exatidão como se tivessem feito
tabelas matemáticas? E daqueles outros que, chelos de confiança, em certos amuletos, em certas preces mágicas que
algum devoto impostor terá inventado para seu prazer ou seu proveito, prometem-se nada menos que riquezas,
honrarias, prazeres, boa comida, saúde inalterável, longa vida, velhice robusta e, enfim, um lugar no céu, ao lado de
Jesus Cristo? Quanto a essa última vantagem, só querem usufrul-la o mais tarde que puderem Somente quando os
prazeres desse mundo os tiverem abandonado e não mais puderem reter um só, é que consentirão em desfrutar as
delicias celestes do Paraiso.
1//) o texto foi escrito do ponto de vista da loucura para intensificar o tom de ironia e de crítica . a partir da leitura quais hábitos religiosos foram criticados
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Resposta:
um tom de loucura sutil, se você acompanhar o texto vá ver que não é nada sútil
esmilgoolmello:
obrigado pela sua ajuda
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