no livro o medico e o monstro porque as pessoas que conhecem Edward Hyde, embora concordem em um ponto a seu respeito, têm dificuldade em descrevê-lo?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
Aconteceu que num desses passeios dominicais foram dar a uma rua sinuosa de um dos
bairros mais concorridos e animados de Londres. A rua era estreita e tranquila, mas com
grande movimento comercial durante os dias de semana. Via-se que os seus habitantes eram
prósperos e que competiam entre si para prosperarem ainda mais, gastando o excedente dos
seus ganhos em artigos de luxo, de maneira que as montras que se alinhavam ao longo da via
se mostravam tentadoras, muito atraentes, como duas filas de vendedores sorridentes. Até
mesmo aos Domingos, quando era menor o seu encanto chamativo e ficava quase deserta, a
ruela reluzia como uma fogueira num bosque, contrastando com o bairro sombrio em que se
situava, enchendo e alegrando os olhos dos transeuntes com os estores recém-pintados, os
metais reluzentes e bem polidos e a limpeza e a alegria geral pareciam ser a sua marca
distintiva.
Duas portas mais adiante, ao virar de uma esquina do lado esquerdo, na direção de
leste, a entrada de um pátio interrompia a linha das montras e precisamente nesse local, um
edifício sinistro projetava sobre a rua a empena do seu telhado. Tinha dois pisos e não se
viam nem janelas nem outra coisa para além de uma porta no piso inferior e de um muro
descolorido no andar superior. Todo ele revelava um prolongado e sórdido abandono. A porta,
sem campainha nem batente, estava com a pintura estalada e desbotada. Os vagabundos
costumavam sentar-se junto do umbral e acender os fósforos nas suas almofadas. As crianças
brincavam nas escadas e muitos estudantes experimentavam os canivetes nas molduras.
Durante quase uma geração ninguém aparecera nem para afugentar aqueles visitantes
ocasionais nem para consertar os estragos produzidos.
Richard Enfield e o advogado caminhavam pelo passeio oposto mas quando chegaram
em frente da entrada, o primeiro ergueu a bengala e apontou para lá.
– Já tinhas reparado alguma vez nesta porta? – perguntou.
O seu acompanhante respondeu afirmativamente.
– Está associada na minha mente – acrescentou – a uma história muito estranha.
– Ah sim? – exclamou Utterson com uma ligeira alteração de voz. – Que história é essa?
– Bem, aconteceu assim – prosseguiu Enfield. – Regressava a casa vindo lá dos confins
do mundo, por volta das três horas de uma negra madrugada de Inverno e tinha de atravessar
um bairro onde não se via literalmente nada a não ser os candeeiros acesos. Percorri rua após
rua, uma atrás da outra, todas iluminadas como que preparadas para um desfile e vazias como
uma igreja e onde toda a gente dormia... até que por fim me encontrei naquele estado de ânimo
em que escutamos o mínimo ruído e ficamos com o ouvido atento, começando a desejar a
presença de um polícia. De imediato vi duas figuras: uma era um homenzinho acachapado que
caminhava para leste a bom passo e a outra a de uma menina de uns oito ou dez anos que vinha
a correr a bom correr por uma rua transversal. Como era de esperar, ambos chocaram ao
chegar à esquina e então aconteceu o mais horrível da história: o homem atropelou e pisou o
corpo da menina com toda a calma, deixando-a abandonada no solo a gritar de dor. Contado
assim, não parece grande coisa, mas a visão foi diabólica. Não foi um ato de um ser humano
mas antes de um abominável Juggernaut
{1}
. Dei-lhe um berro e corri atrás dele; agarrei o nosso
“cavalheiro” pelo pescoço e obriguei-o a voltar até ao local, já que se havia reunido um grupo
de pessoas à volta da menina. Mostrava-se perfeitamente tranquilo e não ofereceu resistência,
mas lançou-me um olhar tão inquietante que me senti inundado de calafrios. As pessoas
reunidas à volta da menina eram seus familiares e de seguida apareceu o mé