No inverno do hemisfério sul, quando há o avanço da massa polar atlântica (mPa) pelas terras baixas da planície platina e região pantaneira, ocorre diminuição brusca de temperatura, atingindo, inclusive, territórios da Amazônia, em um fenômeno denominado de
a. friagem
b.continentalidade.
c.maritimidade.
d.solstício.
e. zonas de Baixa Pressão.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Massas de ar
Por Thiago Azeredo
Mestre em Geografia pela UERJ
CONCEITO
Massas de ar são grandes volumes de ar com característica “homogêneas”, em relação à temperatura e vapor de água. A circulação geral dá origem às massas de ar e provoca também seu deslocamento, além disso suas características estão diretamente vinculadas com sua localização ou região de origem.
Elas são extremamente extensas, tanto na forma horizontal (com centenas de quilômetro quadrados) quanto na forma vertical (com milhares de metros). As características demoram a serem adquiridas, pois o volume das massas é grande e é baixa a condutividade térmica do ar. Sendo assim, suas regiões de origem dependem de condições de tempo uniformes. Deve-se ainda lembrar que as condições de tempo dentro da massa em movimento são função da temperatura da superfície.
A massa de ar encontra-se restrita à primeira camada da atmosfera, onde ocorre a movimentação do ar. Embora denominadas de homogêneas, elas podem apresentar alterações durante seu deslocamento, assim se tornando distintas. Um exemplo disto é a mPa, que, em sua região de origem é seca, se torna úmida ao se deslocar para o Sul da América Latina.
O clima e o tempo brasileiro estão diretamente vinculados ao deslocamento das massas sobre o território, gerando secas, chuvas, quedas na temperatura, etc. Além disso, é preciso lembrar que ao mesmo tempo estão consonância mutua com a vegetação (a composição morfoclimática do país).
AR QUENTE E AR FRIO
Quando a massa de ar é mais quente do que a superfície sobre a qual ela se desloca, massa de ar quente – w
Massa de ar quente (Foto: Colégio Qi/Reprodução)
Massa de ar quente (Foto: Colégio Qi/Reprodução)
Características
• Superfície vai resfriando o ar por baixo
• Ausência de movimentos verticais – estratificação do ar
• Nuvens estratiformes
• Precipitação, se houver, será de chuviscos
• Má visibilidade (partículas no ar)
• Nevoeiro frenquente como resultado do resfriamento superficial
Quando a massa de ar é mais fria do que a superfície sobre a qual ela se desloca, massa de ar fria - k
Massa de ar frio em formação (Foto: Colégio Qi/Reprodução)
Massa de ar frio em formação (Foto: Colégio Qi/Reprodução)
Características
• Presença de convecção e turbulência
• Nuvens do tipo cumuliformes
• Precipitação intensa e na forma de pancadas
• Boa visibilidade
AMÉRICA DO SUL
As massas de ar que serão ilustradas atingem a América do Sul e consequentemente do Brasil, são elas: Massa Equatorial Continental (MEC), Massa Equatorial Atlântica - Marítima (MEA), Massa Tropical Continental (MTC), Massa Tropical Atlântica – Marítima (MTA) e Massa Polar Atlântica – Marítima (MPA).
Massas de ar no Brasil e na América do Sul (Foto: Colégio Qi)Massas de Ar no Brasil
As massas de ar no Brasil são as principais determinantes na regionalização climática do país.
O clima do território brasileiro é caracterizado pela elevada variabilidade registrada ao longo de sua extensão. No norte, temos um clima equatorial, mais úmido. No nordeste e em parte do sudeste, predomina o semiárido, mais seco. No sul, o clima é o subtropical úmido, mais frio. Mas a maior parte do nosso território caracteriza-se pelo clima tropical, com verões quentes e úmidos e invernos secos e frios.
Assim, considerando essa variedade, bem como o fato de o Brasil possuir dimensões continentais, percebe-se que o clima no país é influenciado por várias massas de ar, que possuem diferentes dinâmicas e interações que sofrem transformações ao longo do ano.
É importante perceber que as massas de ar resguardam as características das regiões de onde elas surgem. Por exemplo: uma massa originada em uma zona muito fria e úmida será igualmente fria e úmida.
O Brasil, assim, sofre as variações de cinco massas de ar diferentes: a massa Equatorial continental (mEc), Equatorial atlântica (mEa), Tropical continental (mTc), Tropical atlântica (mTa) e a Polar atlântica (mPa).
Durante o verão, as quatro primeiras massas supracitadas vão compor a totalidade da influência climática. Dentre elas, apenas a mTc é completamente seca, isso porque as outras massas de ar vêm de ambientes úmidos (a floresta amazônica e os oceanos). Em razão dessa configuração, o verão no Brasil acaba herdando as características dessas massas, quais sejam: elevada umidade e altas temperaturas, tornando o clima quente e chuvoso durante esse período. Observe o mapa:
Durante o verão, as massas de ar quente exercem maior influência no clima brasileiro
Durante o inverno, a massa Polar atlântica (mPa) passa a exercer maior influência sobre o espaço brasileiro, restringindo a mEc à Amazônia, sendo as demais empurradas para fora do país, embora a mEa continue atuando no litoral nordestino e a mTa no litoral sudeste. Tal dinâmica deixa o inverno mais frio, de forma que as menores temperaturas são registradas na região Sul e as maiores ao norte, principalmente em razão da proximidade com a Linha do Equador, conforme podemos notar no mapa abaixo: