Português, perguntado por lotos007, 1 ano atrás

No filme 300 de esparta quero saber o epilogo narraçao invocaçao e a proposiçao ou seja epopeia

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Respondido por nitrozeus848
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trata-se de uma narrativa escrita em verso, na qual se narram as proezas de grandes herois. As principais condições para o surgimento de uma epopéia são: haver um assunto grandioso, um heroi grandioso e um poeta grandioso. As duas mais antigas obras de literatura grega que chegaram até nós são as epopéias Ilíada e Odisséia.

“Os Lusíadas”: publicado em 1572, sob a proteção de D. Sebastião, é considerado o maior poema épico português e renascentista. Composto por 10 cantos (o que chamamos de capítulo no romance), 1102 estrofes e 8816 versos, sendo estes dispostos, com relação à rima, em decassílabos heroicos.

O núcleo narrativo do poema é a viagem de Vasco da Gama às Índias. Porém, diferentemente das epopeias clássicas, o heroi não é Vasco da Gama, mas sim todo o povo português, a Nação portuguesa como “escolhida” para a valente empreitada de explorar os “mares nunca dantes navegados”. Sendo assim, podemos dizer que o heroi deixa de ser individual, como nas fontes herdadas dos clássicos, para ser coletivo, sendo Vasco da Gama apenas representante dessa coletividade. Essa característica já é anunciada logo no título: Os Lusíadas, ou seja, os lusitanos, os lusos portugueses. Dessa forma, a epopeia de Camões promove a exaltação do povo português, da história de Portugal, de seu império e, por fim, da língua portuguesa, que é enriquecida pelo autor.

Paralelamente à ação histórica do poema, há uma ação mitológica: a luta que travam os deuses do Olimpo em favor (Vênus e Marte) ou contra (Baco e Netuno) os portugueses.

Produto do Renascimento, Os Lusíadas incorporam o espírito antropocêntrico da época, oportuno ao sentimento heroico e conquistador. O típico bifrontismo do Renascimento português está presente na fusão dos ideais imperialistas e nacionalistas renascentistas com a ideologia medieval, presente na fala conservadora do Velho do Restelo, que dá voz a um espírito crítico em meio a tanto ufanismo e orgulho nacionalista, espírito este que se estende ao epílogo, que fecha o poema dizendo que o poeta fala a gente “surda e endurecida” e a uma pátria “metida no gosto da cobiça”.

O ideal cristão também se faz presente na medida em que os descobrimentos são vistos como expansão do mundo cristão, uma contraposição com a inspiração na mitologia pagã também presente no poema.

Na linguagem, o poeta funde a eloquência do tom épico diante dos grandes feitos e descobrimentos com um tom lírico, presente, entre outros, no canto dedicado à história de Inês de Castro. Nota-se também uma sintaxe complexa, cheia de inversões, uma característica típica do maneirismo, estilo precursor da estética barroca.

Estrutura do poema: assim como determina a tradição clássica, a epopeia de Camões é dividida em cinco partes: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.

- Proposição (canto I, estrofes 1 a 3): É a exposição do assunto do poema, ou seja, do que o poema falará. Nela o poeta se propõe a cantar os feitos heroicos dos soldados e navegadores portugueses, bem como a memória dos reis portugueses que expandiram as fronteiras lusas e a fé cristã.

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