Geografia, perguntado por luavic15oliv, 1 ano atrás

no entanto, a população mexicana corre o risco de ficar sem milho para a alimentação. por que?

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Respondido por barbozayaredavi
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Um aumento da especulação financeira com o milho está causando uma inflação de preços nas tortillas, dieta básica dos mexicanos, e ameaçando a saúde e as vidas dos pobres do país, afirma The Ecologist.

Há milhares de anos, passando pelas civilizações Asteca e Maia até os dias de hoje no México, o milho vem sendo usado para fazer tortillas. Elas são comidas em todas as refeições. Para muitos mexicanos, particularmente para aqueles 40 milhões que vivem com menos de 5 dólares por dia, as tortillas respondem por metade do consumo diário de calorias. Como um todo, o país consome 23 vezes mais milho que arroz.

Não se trata apenas de o milho ser parte de sua dieta diário, diz Ignacio, cuja família planta café no vilarejo de Chuxnaban, nas regiões montanhosas de Oaxaca,no sul do país. “Nós comemos tortillas desde que somos crianças. Nossos pais e ancestrais nos ensinaram a importância desta comida. Quando as pessoas estão com fome, a tortilla sozinha pode satisfazer. Para nós, o milho é a vida”.

O problema da família de Ignacio é que os preços de alimentos estão subindo muito mais rápido que a receita que ela obtem com a venda do café. Dois anos atrás, segundo ele, as tortillas em sua cidade custavam de 2 a 3 pesos o quilo. Agora custam doze. Nacionalmente, a inflação ano a ano da tortilla chegou a 5% na virada do ano, mas é de 15% neste verão.

Como um número crescente de mexicanos, Ignacio e sua família não estão podendo pagar seus alimentos mais básicos – tortillas, tacos e tostadas -, apesar de eles serem nutricionalmente essenciais e parte cultural significativa da dieta nacional. Para alguns, a razão para a recente escalada de preços do milho no México é um novo fenômeno capitalista – a especulação com alimentos.

Os mercados de commodities foram criados primariamente para ajudar produtores e compradores a encontrar o verdadeiro preço de mercado para os produtos, através de contratos futuros. Estes contratos funcionaram bem por quase um século, ajudando a lidar com a incerteza nas colheitas, garantindo um mercado futuro para o produtor e um preço estável para o comprador. Um comprador de milho, por exemplo, como uma empresa de processamento de alimentos, pode se proteger contra a alta de preços em anos futuros comprando contratos futuros para garantir um preço estável. Isto se chama hedging. No entanto, na última década, há uma crescente atividade de compra e venda de contratos futuros por pessoas sem interesse ou ligação com a agricultura ou o setor de alimentos. Estes investidores são conhecidos como especuladores. E eles não têm qualquer interesse comercial na commodity que negociam – apenas buscam fazer lucro com a mudança de preços. O aumento dos especuladores foi facilitado por regulamentações fracas, o que permitiu que bancos de investimento, como o Goldman Sachs e Barclays, criassem novos fundos para que pessoas apostassem em mudanças de preços nestes contratos futuros de alimentos.

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