No cotidiano de quem convive com crianças é comum se deparar com expressões do tipo: “que criança mais fofa, vontade de apertar”, “olha como ela fala água, é tão fofo” ou adultos rindo das confusões de palavras ou ações que as crianças produzem em decorrência da sua falta de habilidade com questões específicas. Atualmente, em razão da valorização da infância, essa forma de tratar as crianças não é mais pejorativa, mas sim como reconhecimento de uma característica intrínseca ao processo de crescimento. No entanto, na Idade Média, segundo estudos de Àries, o rir das confusões tipicamente infantis ou acariciar seus corpos objetivava a satisfação exclusiva dos adultos e estava vinculado ao que ele chamou de sentimento de:
Soluções para a tarefa
Resposta:
pararicação pg 20
Explicação:
Resposta:
Alternativa 3:
Paparicação.
Explicação:
Como dito, dez séculos se passaram até a noção de infância voltar a ter destaque no círculo acadêmico. Na pesquisa de Ariès (1978), dois sentimentos de infância são evidentes durante a alta e baixa Idade Média: o de paparicação e o de exasperação. O primeiro estava relacionado a ingenuidade, gentileza e graça, que tornava a criança uma espécie de bobo da corte para os adultos circundantes, pois se distraiam com as peripécias decorrentes da inabilidade social dos pequenos. Em contrapartida, o sentimento de exasperação decorreu da vertente
moralista, principalmente da Igreja, que passou a questionar os mimos oferecidos às crianças, pois entendia como forma de favorecer a falta de educação dos pequenos sujeitos. Para exemplificar a dualidade destes sentimentos de infância, Ariès recorre aos escritos de Montaigne:
Quando os adultos fazem-nas [as crianças] cair numa armadilha,
quando elas dizem uma bobagem ao tirar uma conclusão acertada de
um princípio impertinente que lhes foi ensinado, os adultos dão gargalhadas de triunfo por havê-las enganado, beijam-nas e acariciam-nas
como se eles tivessem dito algo correto [era a paparicação]. É como se
as pobres crianças fossem feitas apenas para divertir os adultos, como
cãezinhos ou macaquinhos [os macacos de Montaigne] (apud ARIÈS,
1978, p. 161-162).
A noção de apego, tão familiar na contemporaneidade, não era usual no período medieval. Isso porque o índice de natalidade e mortalidade era muito alto.
Resposta embasada conforme textos da página 20 do livro.
Espero ter ajudado!
Paparicação.