No caso da população ribeirinha o desenvolvimento econômico e o crescimento das cidades interfere diretamente na vida das pessoas que vivem de forma tradicional às margens dos rios que interferências são essas e quais são as suas consequências?
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RESUMO
A Amazônia vem passando desde a década 1960 por intensas mudanças em sua base econômica e política, onde a “modernização” chegou com a abertura das estradas, ai começa o que muitos chamam da integração nacional, pautada nas atividades urbano- industrial, porém ainda existem lugares com o modo de vida ainda visto como “atrasados” ou “tradicionais”. Este texto irá tratará do modo de vida das populações ribeirinhas na comunidade Tabatinga no município de Abaetetuba, no estado do Pará, com o objetivo desse artigo e expor e analisar a sua reprodução social no território. Foi realizadas leituras sobre a temática ribeirinha na Amazônia entrevistas e ida a campo no local do estudo.
PALAVRAS CHAVES:
Populações ribeirinhas, Amazônia, modo de vida, Tabatinga
1. INTRODUÇÃO
A dinâmica das populações ribeirinhas é objeto de estudo de várias ciências, entre elas aparece como destaque à geografia. Sendo que, na Amazônia é possível encontrar ao longo dos rios tais populações, as quais são vistos como ainda vivendo em um modo de vida “primitivo”, principalmente pelas populações citadinas, pelo fato de sobreviverem a partir da pesca, extrativismo vegetal e pequenas plantações de subsistência, onde a vida e dinâmicas são regidas pelo tempo da natureza, o rio. Diferente dos que moram nas cidades com sua rotina ditada pelo tempo “rápido”, visto principalmente como irradiador de tecnologia, conforto, educação e até mesmo com certa “superioridade”.
Após a década de 1960 a Amazônia, passou por muitas mudanças em sua estrutura, a região passou a ser comandada pelo tempo rápido, traduzido pela grande vontade de integrar ao restante do país, principalmente as áreas onde já a atividade industrial esta em processo de consolidação. Percebe-se uma mudança nas relações na Amazônia, a urbanização das cidades é vista como principal ação do capital Estatal, grandes frentes de expansão adentram na região, vista como uma grande fronteira a se explorada, principalmente pela baixa densidade demográfica. Como assim nos aponta Cruz (2008, p. 57)
Assim, para compreendermos as diferenças e as identidades na Amazônia precisamos levar em conta os espaços produzidos estruturalmente pelo desenvolvimento desigual e combinado do processo de expansão territorial dos atores hegemônicos da economia, da política e da cultura que imprimem uma nova temporalidade e espacialidade após a década 1960 na região, o ritmo da produtividade, o tempo de modernização que incide de forma desigual e diferenciada em densidade e intensidade nos diferentes lugares. Contudo, precisamos igualmente reconhecer outras temporalidades e espacialidades, aquelas dos sujeitos não hegemônicos, ou subalternizados, partir da recriação de singularidades culturais próprias de cada lugar através dos diferentes modos de vida, dos ritmos vividos cotidianamente que implicam em experiências, vivencias, identificações com o espaço.
O objetivo desse estudo é observar o modo de vida das populações ribeirinhas da Amazônia, apresentar os diferentes olhares sobre as tais e a sua reprodução social no território, sua relação com a natureza e a sua identificação cultura que as caracteriza como tal, assim apresentar as demandas de tais populações, haja vista que os moradores da comunidade estudada procuram realizar as suas ações de acordo com o desenvolvimento sustentável, para isso é importante a participação da própria comunidade para a elaboração das políticas e ações que se desejam realizar para o planejamento e a gestão; ambiental. Pegou-se a comunidade de Tabatinga no município de Abaetetuba, localizada na mesorregião de Cametá.
A metodologia buscou-se fundamentalmente em trabalho de campo, como o que foi realizada na comunidade Tabatinga, no período de Fevereiro do ano de 2010, leituras e pesquisa bibliografia que serviram de apoio para o estudo. As entrevistas orais e as observações da configuração paisagística local foram de relevância imprescindível
na construção dos dados para compor este trabalho. Os nomes citados nas entrevistas são fictícios.
2. OS DIFERENTES OLHARES SOBRE AS POPULAÇOES RIBERINHAS
“Historicamente se sedimentou no imaginário social, um conjunto de representações, imagens e ideologias sobre a Amazônia, em particular, sobre as populações que tradicionalmente se territorializaram na região, como as populações ribeirinhas. Diferentes “olhares” vão de um extremo ao outro...” (CRUZ, 2008, p. 52)
Neste tópico serão expostos os diferentes olhares sobre o que se chama de populações tradicionais, enfocando as que vivem nas beiras dos rios, ora conhecidas como ribeirinhas, ora conhecidas como varzeiros e até mesmo pescadores artesanais. Dessa forma três olhares se destacam o olhar naturalista, o tradicionalista ou romântico e o moderno.
O olhar naturalista vê Amazônia, como sinônimo de natureza, a diversidade é vista como a biodiversidade da flora e fauna, uma grande fonte de recursos naturais a ser explorada, essa visão é a mais comum nos meios de comunicação de massa, que mostra apenas o quadro natural, a selva que precisa ser vencida, com moradores extremamente exóticos onde homem e natureza convivem em harmonia. Assim percebe-se a ausência de políticas publicas para atender a demanda de tais populações, principalmente nas áreas da educação, saúde e principalmente na área ambiental e conservação de recursos naturais e hídricos. O maior problema desse olhar é a desconsideração dos processos históricos constituídos a partir da territorialização dos diferentes grupos e por conseqüência produz a invisibilidade das populações ribeirinhas. (CRUZ, 2008, p.52)
O olhar tradicionalista ou romântico é aquele que está atento somente à cultura, a mera descrição do modo de vida, onde o fato de morar ou viver na beira do rio é visto como simbólico, e também como a visão naturalista, o olhar tradicionalista descarta o processo histórico de formação da territorialidade do lugar. “Essa idealização vê o ‘caboclo ribeirinho’ como o ‘ bom selvagem’ que ainda não cometeu o ‘pecado original da modernidade’ – é como se a cultura e a história pudesse ser congelado” (CRUZ, 2001, p.53). Assim entende-se que a cultura e o modo de vida devem ser mantidos a qualquer preço, deve ser “preservado” ou “resgatado” e ser mantido em sua essência original. Evitar o contato com a modernidade, pois essa corrompe o homem e muda suas características culturais.
O olhar moderno por sua vez, é tratado como uma visão preconceituosa, que está atenta em pensar os fatos como uma fila histórica, saindo do estagio da selvageria para o estagio civilizado. As populações ribeirinhas são vistos como atrasados, improdutivos ou ainda são regidos pelo “tempo lento”, ligado a dinâmica da natureza onde o tempo é caracterizado principalmente pelo fluxo dos rios da região, as cheias ou as secas. Também são vistos como a expressão do passado, ou seja, um estágio que é necessário ser superado. Essa é a visão mais preconceituosa, pois nega os conhecimentos empíricos de tais pessoas, como se a vivencia nessas localidades fossem apenas um estágio evolutivo, que muitos ainda não superaram, ou seja, não evoluíram.
Tais visões revelam o preconceito que muitos sobre a região amazônica, pois tais comunidades estão conectadas tanto na esfera local, quanto na esfera internacional, sofrendo influencias endógenas e exógenas. Daí a necessidade de estudos sobre a temática para dar uma visibilidade diferente, no sentido de mostrar a realidade de tais populações, as suas necessidades, desejos, anseios e mostrar possíveis caminhos a partir dos conhecimentos empíricos de cada comunidade para se chegar a uma gestão ambiental democrática e participativa.
3. POPULAÇÕES RIBEIRINHAS: USO DA TERRA E A IDENTIDADE CULTURAL
O município de Abaetetuba está localizado na microrregião de Cametá, no estado do Pará, e é formada por dez municípios: Barcarena, Abaetetuba, Igarapé-Mirim, Limoeiro do Ajuru, Cametá, Mocajuba, Baião, Breu Branco, Tucuruí e Mojú. Onde a colonização remonta desde o século XVII, fruto da política dos descimentos e fortins, que visava defender a região dos interesses espanhóis e franceses, que já estavam instaladas em localidades da Amazônia.
A comunidade Tabatinga, localizada em Abaetetuba, está situada mais especificamente na região das ilhas deste município, as quais são formadas pelo ecossistema de florestas tropicais pluviais heterogêneas, compostas principalmente por açaizais e buritizais, caracterizando assim as várzeas amazônicas. Além disso, existe uma variedade de árvores frutífera, introduzida pela própria população no período colonial. As ilhas também são cortadas por furos e igarapés, que servem de divisa entre as propriedades fundiárias e as comunidades.
A Amazônia vem passando desde a década 1960 por intensas mudanças em sua base econômica e política, onde a “modernização” chegou com a abertura das estradas, ai começa o que muitos chamam da integração nacional, pautada nas atividades urbano- industrial, porém ainda existem lugares com o modo de vida ainda visto como “atrasados” ou “tradicionais”. Este texto irá tratará do modo de vida das populações ribeirinhas na comunidade Tabatinga no município de Abaetetuba, no estado do Pará, com o objetivo desse artigo e expor e analisar a sua reprodução social no território. Foi realizadas leituras sobre a temática ribeirinha na Amazônia entrevistas e ida a campo no local do estudo.
PALAVRAS CHAVES:
Populações ribeirinhas, Amazônia, modo de vida, Tabatinga
1. INTRODUÇÃO
A dinâmica das populações ribeirinhas é objeto de estudo de várias ciências, entre elas aparece como destaque à geografia. Sendo que, na Amazônia é possível encontrar ao longo dos rios tais populações, as quais são vistos como ainda vivendo em um modo de vida “primitivo”, principalmente pelas populações citadinas, pelo fato de sobreviverem a partir da pesca, extrativismo vegetal e pequenas plantações de subsistência, onde a vida e dinâmicas são regidas pelo tempo da natureza, o rio. Diferente dos que moram nas cidades com sua rotina ditada pelo tempo “rápido”, visto principalmente como irradiador de tecnologia, conforto, educação e até mesmo com certa “superioridade”.
Após a década de 1960 a Amazônia, passou por muitas mudanças em sua estrutura, a região passou a ser comandada pelo tempo rápido, traduzido pela grande vontade de integrar ao restante do país, principalmente as áreas onde já a atividade industrial esta em processo de consolidação. Percebe-se uma mudança nas relações na Amazônia, a urbanização das cidades é vista como principal ação do capital Estatal, grandes frentes de expansão adentram na região, vista como uma grande fronteira a se explorada, principalmente pela baixa densidade demográfica. Como assim nos aponta Cruz (2008, p. 57)
Assim, para compreendermos as diferenças e as identidades na Amazônia precisamos levar em conta os espaços produzidos estruturalmente pelo desenvolvimento desigual e combinado do processo de expansão territorial dos atores hegemônicos da economia, da política e da cultura que imprimem uma nova temporalidade e espacialidade após a década 1960 na região, o ritmo da produtividade, o tempo de modernização que incide de forma desigual e diferenciada em densidade e intensidade nos diferentes lugares. Contudo, precisamos igualmente reconhecer outras temporalidades e espacialidades, aquelas dos sujeitos não hegemônicos, ou subalternizados, partir da recriação de singularidades culturais próprias de cada lugar através dos diferentes modos de vida, dos ritmos vividos cotidianamente que implicam em experiências, vivencias, identificações com o espaço.
O objetivo desse estudo é observar o modo de vida das populações ribeirinhas da Amazônia, apresentar os diferentes olhares sobre as tais e a sua reprodução social no território, sua relação com a natureza e a sua identificação cultura que as caracteriza como tal, assim apresentar as demandas de tais populações, haja vista que os moradores da comunidade estudada procuram realizar as suas ações de acordo com o desenvolvimento sustentável, para isso é importante a participação da própria comunidade para a elaboração das políticas e ações que se desejam realizar para o planejamento e a gestão; ambiental. Pegou-se a comunidade de Tabatinga no município de Abaetetuba, localizada na mesorregião de Cametá.
A metodologia buscou-se fundamentalmente em trabalho de campo, como o que foi realizada na comunidade Tabatinga, no período de Fevereiro do ano de 2010, leituras e pesquisa bibliografia que serviram de apoio para o estudo. As entrevistas orais e as observações da configuração paisagística local foram de relevância imprescindível
na construção dos dados para compor este trabalho. Os nomes citados nas entrevistas são fictícios.
2. OS DIFERENTES OLHARES SOBRE AS POPULAÇOES RIBERINHAS
“Historicamente se sedimentou no imaginário social, um conjunto de representações, imagens e ideologias sobre a Amazônia, em particular, sobre as populações que tradicionalmente se territorializaram na região, como as populações ribeirinhas. Diferentes “olhares” vão de um extremo ao outro...” (CRUZ, 2008, p. 52)
Neste tópico serão expostos os diferentes olhares sobre o que se chama de populações tradicionais, enfocando as que vivem nas beiras dos rios, ora conhecidas como ribeirinhas, ora conhecidas como varzeiros e até mesmo pescadores artesanais. Dessa forma três olhares se destacam o olhar naturalista, o tradicionalista ou romântico e o moderno.
O olhar naturalista vê Amazônia, como sinônimo de natureza, a diversidade é vista como a biodiversidade da flora e fauna, uma grande fonte de recursos naturais a ser explorada, essa visão é a mais comum nos meios de comunicação de massa, que mostra apenas o quadro natural, a selva que precisa ser vencida, com moradores extremamente exóticos onde homem e natureza convivem em harmonia. Assim percebe-se a ausência de políticas publicas para atender a demanda de tais populações, principalmente nas áreas da educação, saúde e principalmente na área ambiental e conservação de recursos naturais e hídricos. O maior problema desse olhar é a desconsideração dos processos históricos constituídos a partir da territorialização dos diferentes grupos e por conseqüência produz a invisibilidade das populações ribeirinhas. (CRUZ, 2008, p.52)
O olhar tradicionalista ou romântico é aquele que está atento somente à cultura, a mera descrição do modo de vida, onde o fato de morar ou viver na beira do rio é visto como simbólico, e também como a visão naturalista, o olhar tradicionalista descarta o processo histórico de formação da territorialidade do lugar. “Essa idealização vê o ‘caboclo ribeirinho’ como o ‘ bom selvagem’ que ainda não cometeu o ‘pecado original da modernidade’ – é como se a cultura e a história pudesse ser congelado” (CRUZ, 2001, p.53). Assim entende-se que a cultura e o modo de vida devem ser mantidos a qualquer preço, deve ser “preservado” ou “resgatado” e ser mantido em sua essência original. Evitar o contato com a modernidade, pois essa corrompe o homem e muda suas características culturais.
O olhar moderno por sua vez, é tratado como uma visão preconceituosa, que está atenta em pensar os fatos como uma fila histórica, saindo do estagio da selvageria para o estagio civilizado. As populações ribeirinhas são vistos como atrasados, improdutivos ou ainda são regidos pelo “tempo lento”, ligado a dinâmica da natureza onde o tempo é caracterizado principalmente pelo fluxo dos rios da região, as cheias ou as secas. Também são vistos como a expressão do passado, ou seja, um estágio que é necessário ser superado. Essa é a visão mais preconceituosa, pois nega os conhecimentos empíricos de tais pessoas, como se a vivencia nessas localidades fossem apenas um estágio evolutivo, que muitos ainda não superaram, ou seja, não evoluíram.
Tais visões revelam o preconceito que muitos sobre a região amazônica, pois tais comunidades estão conectadas tanto na esfera local, quanto na esfera internacional, sofrendo influencias endógenas e exógenas. Daí a necessidade de estudos sobre a temática para dar uma visibilidade diferente, no sentido de mostrar a realidade de tais populações, as suas necessidades, desejos, anseios e mostrar possíveis caminhos a partir dos conhecimentos empíricos de cada comunidade para se chegar a uma gestão ambiental democrática e participativa.
3. POPULAÇÕES RIBEIRINHAS: USO DA TERRA E A IDENTIDADE CULTURAL
O município de Abaetetuba está localizado na microrregião de Cametá, no estado do Pará, e é formada por dez municípios: Barcarena, Abaetetuba, Igarapé-Mirim, Limoeiro do Ajuru, Cametá, Mocajuba, Baião, Breu Branco, Tucuruí e Mojú. Onde a colonização remonta desde o século XVII, fruto da política dos descimentos e fortins, que visava defender a região dos interesses espanhóis e franceses, que já estavam instaladas em localidades da Amazônia.
A comunidade Tabatinga, localizada em Abaetetuba, está situada mais especificamente na região das ilhas deste município, as quais são formadas pelo ecossistema de florestas tropicais pluviais heterogêneas, compostas principalmente por açaizais e buritizais, caracterizando assim as várzeas amazônicas. Além disso, existe uma variedade de árvores frutífera, introduzida pela própria população no período colonial. As ilhas também são cortadas por furos e igarapés, que servem de divisa entre as propriedades fundiárias e as comunidades.
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