. No artigo a seguir, a psicóloga Vicky Bloch discute o modo como o erro é tratado no ambiente corporativo.
Aceite seus próprios erros
Qualquer manual básico de gestão ou de inovação mostra o erro como fator essencial na construção do conhecimento. Quando o erro gera frustração, ele tende a impulsionar as pessoas a encontrar novas formas de resolver seus problemas, permitindo a aprendizagem e o crescimento. Seja em empresas, em governos, na ciência ou nas relações pessoais.
O Brasil, apesar de seus relevantes índices de empreendedorismo (em geral, mais por necessidade do que por oportunidade) e de algumas boas iniciativas isoladas, ainda está longe de apresentar uma cultura de inovação e permissão ao erro. Provavelmente esse cerceamento começa na infância, quando a liberdade de expressão e a criatividade são trocadas por contextos rígidos e modelos previamente estabelecidos. Essas crianças crescem com medo de falhar e, quando adultas, se deparam com um ambiente competitivo e pouco saudável em que o importante é ganhar, ganhar e ganhar.
Aceitar o próprio erro e rever posições são atitudes que demonstram maturidade e humildade. É preciso um maior entendimento de que a postura positiva e de crescimento perante uma falha pode ser um fator importante para levar ao sucesso de uma organização, de uma equipe ou até mesmo de um país. Não é à toa que no Vale do Silício prevalece o mantra “fail often, fail fast” (falhe sempre, falhe rápido), afinal a tolerância ao erro é parte de qualquer processo de inovação.
Promover essa mudança de mentalidade não é fácil, mas há alguns caminhos. Um artigo publicado em outubro do ano passado pelo jornal The Wall Street Journal sobre esse tema (How not to Flunk a Failure, de John Danner e Mark Coopersmith) elencou algumas dicas para executivos aprenderem a valorizar os erros como parte do aprendizado. A primeira delas é sobre a aceitação do próprio erro. Outra sugere que o líder precisa aprender a fazer as perguntas certas em vez de apenas apontar o dedo quando algo dá errado. O que, onde, como e por que são questões que podem levar a um entendimento mais claro dos próximos passos e encorajar uma nova tentativa.
O ponto de que mais gosto no artigo é o que reforça o quanto a memória emocional de como o erro foi tratado implica o comportamento futuro dos indivíduos. Imagine um profissional em início de carreira que foi punido todas as vezes que tentou algo que não deu certo. Pode ter certeza que a chance de ele se tornar um profissional flexível e criativo no futuro é pequena. Os gestores precisam ter consciência disso se quiserem desenvolver suas equipes, estimular a inovação e gerar resultados sustentáveis para a empresa.
Para os profissionais de recursos humanos, fica a missão de apoiar seus executivos e ajudar a criar esse ambiente que estimula a troca, a geração de ideias e a não punição do erro.
*Vicky Bloch é psicóloga, sócia da Vicky Bloch Associados e professora dos cursos de especialização em RH da FGV-SP e da FIA
(Fonte: Disponível em: . Acesso em: 08 jul. 2016.)
Tendo em consideração os aspectos culturais elencados no texto, avalie as afirmações a seguir.
I. É importante aceitar o próprio erro como resultado comum e esperado do processo de aprendizagem e inovação.
II. Diante do erro alheio, o comportamento adotado deve ser o de punição e restrição de novas possibilidades de erro, a fim de evitar prejuízos adicionais.
III. Diante de qualquer erro, o procedimento a adotar deve ser o de compreender a sequência de acontecimentos que levaram ao erro e refletir sobre as possibilidades de correção.
Qual(is) dela(s) apresenta(m) formas de lidar com e superar a cultura de cerceamento ao erro?
elizeuferraresi:
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Letra B - apenas I e III
I. É importante aceitar o próprio erro como resultado comum e esperado do processo de aprendizagem e inovação.
III. Diante de qualquer erro, o procedimento a adotar deve ser o de compreender a sequência de acontecimentos que levaram ao erro e refletir sobre as possibilidades de correção.
I. É importante aceitar o próprio erro como resultado comum e esperado do processo de aprendizagem e inovação.
III. Diante de qualquer erro, o procedimento a adotar deve ser o de compreender a sequência de acontecimentos que levaram ao erro e refletir sobre as possibilidades de correção.
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