No ano 2000, os líderes mundiais acordaram um conjunto de
metas para estimular avanços visando à concretização, até 2015,
do que estava previsto no tratado Educação para Todos (ou EFA, na
sigla em inglês), proposto durante o último Fórum Mundial sobre a
Educação, promovido pela Unesco. Entretanto, pesquisas recentes
mostram que, a meio caminho de 2015, os governos ainda estão
deixando de atender às crianças e aos adultos analfabetos.
Hoje, ainda existem 774 milhões de adultos desprovidos do grau
mais rudimentar de alfabetização, e 72 milhões de crianças estão
fora da escola. Para ajudar a sustentar suas famílias, muitas preci-
sam trabalhar, frequentemente em condições desesperadoramente
perigosas e insalubres: segundo a Organização Mundial do Traba-
lho, 111 milhões de crianças trabalham em "atividades de risco". As
crianças portadoras de deficiências, as de comunidades étnicas mi-
noritárias e as que são doentes de AIDS ou soropositivas enfrentam
ainda outros obstáculos para chegar à escola.
A Campanha Global pela Educação (ou GCE, na sigla em inglês)
divulgou no ano passado um relatório em que atribui "notas" de A
a F a todos os governos, segundo seu desempenho até hoje no to-
cante à educação. Os governos que obtiveram as melhores "notas"
incluem os da Letônia e do Uruguai, enquanto o fundo da classe
é ocupado por Haiti, Somália e Guiné-Bissau. Os países mais ricos
também foram avaliados quanto ao cumprimento da promessa
com relação ao EFA. Enquanto a Noruega e a Holanda ocupam o
topo do ranking, os países do G8 são os piores quando se trata de
dar o financiamento prometido para a educação, e os EUA são o
último colocado em sua "classe do G8".
Mas as evidências também indicam que muito pode ser realizado
quando os governos priorizam a política educacional. Nos últimos 18
anos, vários países em desenvolvimento conseguiram avanços im-
portantes na ampliação do Ensino Fundamental, entre os quais se
destacam Costa Rica, Cuba, México, Sri Lanka e Tailândia. E avanços
notáveis têm sido conseguidos em alguns dos contextos mais difíceis:
milhões de crianças passaram a frequentar a escola em países como
Quênia, Camarões, Botsuana e Burundi, nos quais, nos últimos anos,
os governos eliminaram as mensalidades escolares.
O Brasil faz parte dos 20 primeiros países do ranking mundial,
graças aos esforços feitos aqui, sobretudo por meio da pressão de
organizações sociais e da sociedade civil. Com 2015 chegando cada
vez mais perto, a GCE leva adiante sua campanha de pressão global
e espera que os movimentos sociais brasileiros e os líderes dos gover-
nos continuem a dar um bom exemplo e a defender a causa do bem
global nessa questão de importância tão vital.
Acreditamos que as histórias de êxitos vão inspirar outros líderes
de países em desenvolvimento a redobrar seus esforços. Também es-
tamos convencidos de que mostrar o que pode ser conseguido com
a vontade política certa, respaldada por recursos, pode envergo-
nhar os doadores, levando-os a cumprir suas promessas. O ano de
2008 foi o 60º desde a Declaração dos Direitos Humanos, da ONU.
Vamos nos assegurar de que a geração que vai nascer a partir desse
ano possa finalmente crescer com a luz e a esperança que a educa-
ção traz à vida de cada um.
Kailash Satyarthi. Folha de S.Paulo, 20 jan. 2008
O texto de Kailash Satyarthi pode ser corretamente conside-
rado, quanto ao gênero:
a) dissertativo-expositivo, com linguagem altamente objetiva.
b) narrativo-expositivo, com emprego de linguagem figurada.
c) descritivo, com passagens em linguagem objetiva e subjetiva.
d) narrativo-descritivo, com predominância de linguagem objetiva.
e) dissertativo-argumentativo, com uso de juízos de valor.
Soluções para a tarefa
Respondido por
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dissertativo argumentativo- a intenção é persuadir o leitor através de fatos e dados
letra E
letra E
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