Nesta atividade, leremos um soneto de autoria do poeta português José Maria du Bocage: Olha, Marília, as flautas dos pastores Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre flores? Vê como ali beijando-se os Amores Incitam nossos ósculos ardentes! Ei-las de planta em planta as inocentes, As vagas borboletas de mil cores! Naquele arbusto o rouxinol suspira, Ora nas folhas a abelhinha para, Ora nos ares suspirando gira: Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira, Mais tristeza que a morte me causara. PROPOSTA – No soneto acima, encontram-se algumas características do estilo neoclássico ou árcade. Identifique duas destas características e explique-as.
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No soneto de Bocage é perceptível a presença de traços ligados à natureza. Por ser um escritor português, Bocage também possui a opinião de seus conterrâneos, de que os sonetos lusitanos deveriam possuir em suas formas a imitação a natureza.
O apelo aos traços da natureza como na vida do camponês descrito nos versos “Olha, Marília, as flautas dos pastores”.
Os versos árcades falam acerca da vida simples e da fuga dos grandes centros. Bocage é um exemplo de escritor que tinha visão, como nos trechos do soneto “Ei-las de planta em planta as inocentes, As vagas borboletas de mil cores!”. Os verso falam de simplicidade e da contemplação a natureza.
solmatos:
Como lírico, Bocage tem duas vertentes. Uma é a do árcade obediente a todos os convencionalismos dessa escola: a natureza bela, amiga e delicada (bucolismo), a paz do campo (elogio da tranqüilidade), amores realizados, a pastora feliz (pastoralismo). Seguindo a tradição neoclássica, adotou o nome pastoril de Elmano Sadino. Tudo isso pode ser percebido no soneto a seguir, um dos mais representativos dessa faceta.
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