Negrinhaerauma pobreórfã de seteanos.Preta?Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala , de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças. Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma - “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. Ótima, a dona Inácia. Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva... A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos - e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo - essa indecência de negro igual. LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento). A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela A) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas. B) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas. C) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças. D) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto. E) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.
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Olá, tudo bem? Vou te ajudar nessa questão:
A partir da leitura do texto de Monteiro Lobato, podemos perceber que os valores contraditórios apresentados no trecho baseiam-se na escravidão e sua abolição.
Apesar de sabermos através do narrador que a escravidão já havia acabado, pois a patroa "Vinha da escravidão, fora senhora de escravos", ela ainda não havia se livrado dos costumes da época em que podia maltratar seus escravos amparada pela lei.
O contraditório está entre a imagem que Negrinha tem da patroa - uma pessoa má que tem prazer em maltratar seus "escravos" - e a imagem que a sociedade tem da mulher - "dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral",segundo o reverendo.
Logo, podemos dizer que a resposta correta é a letra (D), "resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto". O trecho "Nunca se afizera ao regime novo - essa indecência de negro igual" é mais uma cofnirmação dessa resposta.
A partir da leitura do texto de Monteiro Lobato, podemos perceber que os valores contraditórios apresentados no trecho baseiam-se na escravidão e sua abolição.
Apesar de sabermos através do narrador que a escravidão já havia acabado, pois a patroa "Vinha da escravidão, fora senhora de escravos", ela ainda não havia se livrado dos costumes da época em que podia maltratar seus escravos amparada pela lei.
O contraditório está entre a imagem que Negrinha tem da patroa - uma pessoa má que tem prazer em maltratar seus "escravos" - e a imagem que a sociedade tem da mulher - "dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral",segundo o reverendo.
Logo, podemos dizer que a resposta correta é a letra (D), "resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto". O trecho "Nunca se afizera ao regime novo - essa indecência de negro igual" é mais uma cofnirmação dessa resposta.
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Resposta:
resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.
Explicação:
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