Biologia, perguntado por luanacapital, 7 meses atrás

Nas redes sociais é comum observamos debates de diversos temas e ainda como as pessoas se comportam em situações polêmicas. Na área da saúde muitas discussões também acontecem, já imaginou se comportássemos da mesma maneira que nas redes socias? Na tentativa de estabelecer discussões pautadas na ética, em evidências científicas e que priorizam o senso de justiça é que surgiu a bioética e conselhos de ética. As tomadas de decisões desses conselhos são baseadas em alguns princípios (Princípios de ética e bioética dos filósofos Tom L. Beauchamp e James F. Childress), cite -os e destaque a importância dos mesmos frente a dilemas, como a escolha de um paciente em detrimento de outro em uma vaga de UTI.

Soluções para a tarefa

Respondido por WalNeto
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.: Entre os mais diversos princípios da bioética médica, destacam-se os princípios da beneficência, da não-maleficência, da autonomia e da justiça. Nesse sentido, eles devem ser utilizado como balizas do profissional diante das situações fáticas que a realidade o proporciona.

  • O que é Ética?

→ Antes de nos aprofundarmos acerca da bioética, faz-se necessário compreendermos sua raiz epistemológica, i.e., a ética em sua forma original. Nesse sentido, nas palavras de COSTA et al¹, ética pode ser definida como:

"[...] como conjunto de princípios morais que regem os direitos e deveres de cada um de nós e que são estabelecidos e aceitos numa época por determinada comunidade humana."

→ Trata-se, portanto, de um dos alicerces básicos da existência e consciência do ser humano. É, assim, uma das mais notórias - senão a principal - baliza de escolha das nossas ações no campo fático da realidade.

  • O que é Bioética?

→ A humanidade, aqui compreendida sob a óptica das relações sociais, está em constante transformação e mudança. E, com essas mudanças, surge na segunda metade do século passado, justamente através dos grandes avanços tecnológicos na área biológica, inúmeros debates acerca dos limites da ciência sob a vida e a natureza.

→ Na paráfrase de COSTA et al, têm-se a Bioética como:

"[...] o estudo sistemático de caráter multidisciplinar, da conduta humana na área das ciências da vida e da saúde, na medida em que esta conduta é examinada à luz dos valores e princípios morais. [...] não se limita ao indivíduo, devendo ter também, um enfoque de responsabilidade social e ampliação os direitos da cidadania [...]."

  • Princípios da Bioética e sua importância diante dos dilemas fáticos da atuação profissional:

→ A atual Pandemia de COVID-19 elucidou - tragicamente - os dilemas éticos da atuação profissional no campo da saúde. Há 20 pacientes que necessitam de UTI, mas, ao mesmo tempo, há apenas 15 UTI-s disponíveis. E agora? Como agir? Como escolher quem terá alguma chance de salvamento?

→ Nessa complexa escolha os princípios da bioética são chamados para, através de uma hermenêutica conciliadora, possa-se chegar à alguma conclusão com consequente tomada de decisão. Assim, como mais notórios princípios, têm-se:

1. Princípio da beneficência

→ Trata-se do compromisso profissional do indivíduo em avaliar os riscos e os benefícios potenciais, sejam eles individuais ou coletivos, e, a partir disso, buscar a melhor saída possível, com o mínimo de danos e riscos.

2. Princípio da não-maleficência:

→ Diz respeito à obrigação do profissional em se abster de de fazer qualquer mal que atente à vida de seu cliente, de modo a não causar danos ou colocá-los em risco. Trata-se, assim, em evitar ao máximo danos previveis.

→ O mais claro exemplo disso, no caso do COVID-19, está nos chamados kits preventivos ao COVID. São remédios que, além de não possuir nenhuma eficácia cientificamente comprovada, podem ainda agravar ou mesmo desenvolver outros problemas, o que implica em um sistema imunológico mais frágil - visto que já estará cuidando de outra questão - quando diante de uma possível infecção por COVID.

3. Princípio da autonomia:

→ Afirma que cada um de nós, enquanto atores sociais, possuímos o direito de escolha. Sua perspectiva, frisa-se, está mais voltada ao particular do que ao profissional, visto que, embora seja legalmente assegurado o médico sua autonomia enquanto profissional podendo, essa deve estar adstrita aos princípios já afirmados: ora, eu posso acreditar, enquanto profissional, que o medicamento "x" cura o COVID, mas, onde está a ciência aí? Ela simplesmente não se manifesta. Assim, tenho de me abster a praticar tal ato se o mesmo poderá atendar com a vida alheia.

4. Princípio da justiça:

→ Trata-se da distribuição coerente e adequada de um dos pilares que a Carta Magna de 1988 preconiza: deveres e benefícios sociais.

→ Desse modo, diante de tal princípio e a situação fática das UTI-s brasileiras, especialmente agora no período pandêmico, apresenta-se como razoável a criação e eleição de critérios acerca da escolha de pacientes diante da escassez de vagas, quando, frisa-se, realizada estritamente sobre caráter científicos.

→ Se há uma omissão do Estado enquanto garantidor da saúde pública brasileira, o profissional de saúde não poderá ser partícipe de tal omissão. À vista de tal situação, resta-lhe, com base nesse e nos outros princípios, buscar pelas melhores saídas, tanto para o indivíduo quanto para o corpus social, de modo que a ética profissional possa melhor ser atingida, assim como a máxima constitucional da saúde enquanto dever do Estado e direito de todos que deva necessitam.

REFERÊNCIA:

¹  COSTA, E.; KOERICH; M. S.; MACHADO, R. R. Ética e Bioética: para dar início à reflexão. Texto Contexto Enferm 2005 Jan-Mar; 14(1):106-10.

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