Nas Garras do Ciúme
Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu
enciumado, ainda que tenha mantido o fato em
segredo (1). Sutil ou avassalador, esse é um dos
sentimentos mais contundentes do ser humano.
Talvez por isso seja fonte de inspiração para
escritores e compositores. O ciúme está no
centro do inferno emocional de Bentinho,
personagem esculpido por Machado de Assis no
romance Dom Casmurro que passa os dias
dominado por incertezas e fantasias sobre a
possível traição da idolatrada Capitu(2). Em Otelo,
de William Shakespeare, ele é o “monstro de olhos
verdes” que leva ao assassinato de Desdêmona. Na
música, também não faltam exemplos. “O ciúme
foi cantado por Orlando Silva, Roberto Carlos e
Caetano Veloso, entre tantos outros”, lembra Luiz
Tatit, compositor e professor da Universidade de
São Paulo (USP). E, claro, não há novela que não
leve um toque dessa pimenta nas relações.
Na vida real, o ciúme é um dos temas que
aparecem com frequência nas conversas com
amigos, nas sessões de terapia. É compreensível.
Afinal, no di a dia, é difícil ignorá-lo. “É natural
sentir ciúme. É como sentir dor ou fome”, diz o
especialista Ailton Amélio da Silva, da USP.
Também é verdade que, no Carnaval, o monstro
ataca com volúpia. Em sã consciência, nessa época
de barriguinhas lindas à mostra, quem deixaria o
parceiro passar o feriado sozinho? No entanto,
para desespero dos mais preocupados, além do
Carnaval e das situações comuns que podem ser
estopins de uma crise, como uma simples ida a um
restaurante, surgem outras capazes de despertar
o monstro. As imensas possibilidades de contato
com outras pessoas abertas pelas relações
virtuais estão entre elas. Não é exagero dizer que
as novas ferramentas de comunicação da internet
estão para o ciúme (3) como a gasolina está para
apagar incêndio (4). O Orkut, por exemplo, é uma
janela para o mundo que permite fazer contatos
ou reencontrar antigos amores. Mas, para quem
tem tendência ao ciúme, é mais uma trincheira de
briga. Em geral, por causa de recados deixados
nas páginas de visita. O correio eletrônico é outro
cenário que atrai desconfiados decididos a escara
funchar as mensagens eletrônicas atrás de pistas
de traição.
O sentimento também se infiltra nas
baladas. Por trás do clima aparentemente
descomprometido das festas, estão jovens que
muitas vezes não se dão o direito de admitir o
desconforto quando o parceiro acha nova
companhia (5). O que a moçada tenta fazer é
administrar a situação. Na verdade, na geração
adepta do ficar (trocar carícias sem
compromisso), o ciúme perdeu espaço. “O ficar
transformou a relação com o ciúme, que se
mantém mais escondido”, avalia o psicólogo Ailton.
As orações destacadas no texto são subordinadas.
Qual das opções corresponde à classificação
CORRETA.
(A) 1.adverbial consecutiva, 2. Substantiva
objetiva direta, 3. Adjetiva restritiva,
4.adverbial comparativa, 5. Adverbial
condicional.
(B) 1. substantiva objetiva direta, 2. Adjetiva
explicativa, 3. Adverbial concessiva, 4.
Adverbial conformativa, 5. Adverbial
temporal.
(C) 1. Adverbial concessiva, 2. Adjetiva restritiva,
3. Substantiva objetiva direta, 4. Adverbial
conformativa, 5. Adverbial temporal.
(D) 1. Adverbial causal, 2. Objetiva indireta, 3.
Adverbial comparativa, 4. Substantiva
completiva nominal, 5. Adverbial final.
(E) 1. Adverbial concessiva, 2. Adjetiva
explicativa, 3. Substantiva objetiva direta,
4.adverbial comparativa, 5. Adverbial
temporal.
(ISTO É. Nas garras do ciúme. 09.02.2005.)
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(E) 1. Adverbial concessiva, 2. Adjetiva
explicativa, 3. Substantiva objetiva direta,
4.adverbial comparativa, 5. Adverbial
temporal.
explicativa, 3. Substantiva objetiva direta,
4.adverbial comparativa, 5. Adverbial
temporal.
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