Nas diferentes sociedades latino-americanas, a abolição da escravidão não significou uma incorporação dos africanos e dos afro-americanos ao conjunto da cidadania. Se não houve políticas inclusivas, não é possível afirmar que não houve nenhuma política de Estado em relação à população negra latino-americana. Veja o que afirma o sociólogo Karl Monsma (2016, p. 11) sobre essa questão: "Dizer que os libertos foram abandonados à própria sorte seria equivocado, porque em diversos contextos eles foram alvo de um leque de medidas repressivas do Estado — leis antivadiagem, tutelagem, trabalho forçado, criminalização da vida cultural e religiosa e prisões por pequenas violações — desenhadas para forçá-los a aceitarem empregos com salários baixos e impedir lutas coletivas para condições melhores." Hoje em dia, mesmo que muitos Estados latino-americanos tenham aprovado constituições pluriétnicas e outros desenvolvam políticas de ações afirmativas, sabe-se que o racismo segue pautando a violência e o preconceito em relação à população negra. Dessa forma, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana instituem as bases filosóficas e pedagógicas para uma educação antirracista. Em um dos trechos, o documento afirma ser compromisso dessa prática educativa a "desconstrução, por meio de questionamentos e análises críticas, objetivando eliminar conceitos, ideias, comportamentos veiculados pela ideologia do branqueamento, pelo mito da democracia racial, que tanto mal fazem a negros e brancos" (CNE, 2004). Considerando o exposto, imagine a situação a seguir:
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A ideologia do branqueamento forjou-se a partir do momento em que se identificou a população branca europeia como sinônimo de civilização e progresso, e sua cultura passou a ser difundida como parâmetro para as demais etnias.
Uma forma muito efetiva de trabalhar com esse tema em sala de aula é recuperar sua historicidade, demonstrando aos alunos quando e como esse pensamento se desenvolveu na América e foi apontado como solução para os Estados multiétnicos latino-americanos.
Nos dias de hoje, a ideologia do branqueamento ainda pauta os preconceitos em relação à cultura e à religiosidade africana e afro-brasileira.Isso porque há uma tendência, por parte das pessoas brancas, de racializar apenas o outro, ignorando seu pertencimento racial (como raça branca).
Dessa forma, a abordagem da ideologia do branqueamento na sala de aula deve evidenciar para os alunos as tentativas históricas da população branca de compreender-se como o "sujeito universal" e a racialização ocorrer somente com o outro (os indígenas e os negros, por exemplo). Como a cultura, os costumes e os hábitos a serem imitados eram os europeus. Esses valores foram universalizados, ignorando as especificidades étnicas de cada um dos componentes das sociedades latino-americanas.