Narrar é agir.
Organizar enredos, apresentar histórias faladas, escritas e filmadas não é mero exercício de
interpretação dos acontecimentos, mas uma intervenção ideológica na sociedade de classes.
Longe de chover no molhado, refletir sobre as estratégias das narrativas e logo sobre a montagem
dos fatos apresentados (sejam eles fictícios ou não) é uma necessidade cultural que torna-se
reivindicação no campo político da memória: atualmente o quadro político conservador nos
âmbitos nacional e internacional, ameaça apagar (literalmente!) os registros que expressam as
lutas e as experiências culturais dos trabalhadores e de inúmeros setores sociais marginalizados.Perante o rincão da selvageria capitalista, é altamente pertinente refletirmos sobre como podemos
contribuir com a educação política das massas através das narrativas que contam/registram as
lutas sociais.
É impressionante como as imagens dos evangelhos preservam sua força comunicativa com as
massas: registros que datam entre os anos 70 e 100 d.c (lá nos tempos do Império romano, quando
a crise do modo de produção escravista ainda estava distante) são narrados a partir das mais
variadas motivações políticas e teológicas.
Outros exemplos de narrativas? Filmes hollywoodianos passeiam pela Segunda Guerra Mundial
(1939-45) e fazem o público arrancar suspiros diante do rosto de um galã que interpreta um
capitão americano ou algo assim.
Portanto sem levar em conta, na maioria das vezes, o caráter político contestador do cristianismo
primitivo ou os interesses políticos imperialistas na Segunda grande guerra, histórias são
arrancadas de seu contexto original e logo reproduzidas com sucesso.
E por que as narrativas de esquerda não possuem tanto impacto? Existe um argumento baseado
na ideia de que embora a produção cultural de esquerda compreenda corretamente as
contradições da realidade, seus esforços (diferentemente dos esforços da cultura dominante) não
atraem, não se comunicam, seriam de uma chatice total, um porre sem tamanho para a maioria
dos trabalhadores. Isto, em parte, é verdade.
Em parte porque é preciso também levar em conta que, situadas na arena da luta de classes, as
narrativas prescindem de uma realidade material, ou melhor dizendo, pesa sobre a origem dos
relatos as forças econômicas/políticas que os financiam.
01_De Acordo com o texto, qual sua opinião sobre como a narrativa de um fato
corriqueiro pode influenciar nas lutas sociais?
Soluções para a tarefa
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Resposta:
não pois narar vem vem do verbo dizer e ajir e fisicamente
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