Não tenho pressa: não a têm o sol e a lua.
Ninguém anda mais depressa do que as pernas que tem.
Se onde quero estar é longe, não estou lá num momento.
Sim: existo dentro do meu corpo.
Não trago o sol nem a lua na algibeira.
Não quero conquistar mundos porque dormi mal,
Nem almoçar o mundo por causa do estômago.
Indiferente?
Não: filho da terra, que se der um salto, está em falso,
Um momento no ar que não é para nós,
E só contente quando os pés lhe batem outra vez na terra,
Traz! na realidade que não falta!
Não tenho pressa.
Pressa de quê?
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passe adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salte por cima da sombra.
Não; não tenho pressa.
Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega -
Nem um centímetro mais longe.
Toco só aonde toco, não aonde penso.
Só me posso sentar aonde estou.
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,
E somos vadios do nosso corpo.
E estamos sempre fora dele porque estamos aqui.
Alberto Caeiro
O poema acima foi escrito há quase 100 anos, porém, relaciona-se com um problema que recorre na sociedade até os dias de hoje. Identifique-o:
A) Ansiedade
B) Depressão
C) Suicídio
D) Estresse
Soluções para a tarefa
Respondido por
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Resposta:
letra a ansiedade
Explicação:
porque quem tem ansiedade quem que o tempo passe rápido e tem pressa e a mesma coisa? eu acho que é isso espero ter ajudado
Respondido por
1
Resposta:
Ansiedade
Explicação:
O autor descreve sintomas da ansiedade.
Todo ansioso tem pressa, mas se conforma com a incapacidade de não poder abraçar o mundo com as pernas.
Epero ter ajudado.
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