Não. Sim. Não. Sim. Nãããããããããããããããooooooooooo. O eco do desespero ressoava em meus ouvidos. Diante de meus olhos, nada. As letras não existiam mais. Os livros estavam em branco. Minhas anotações estavam em branco. Aquilo não poderia ser possível. Liguei a TV. Tinha imagem. Não tinha áudio. Abri meu app de música. Não tinha áudio. Fui comer. Abri a geladeira. Não tinha descrição dos produtos. Por mais que eu soubesse o que eram, eu queria ver escrito. Eu queria as letras. Não existiam frases. Não existiam palavras. Não existiam letras. Eu tentei gritar. Nada saiu. Eu não tinha letras. Eu não tinha história. O mundo não tinha histórias. Um... dois... três... Solta. Um... dois... três... Solta. Um...dois... Chega. A técnica vista no Youtube não me serviria. Não agora, pelo menos. Vou sair. Peguei minhas coisas... Que coisas? Vou levar celular pra quê? Ah, mas preciso de dinheiro. Que dinheiro? Cadê a marcação? Azul. Isso. Azul. Azul é cem ou dois? Qual desenho é o que? Ai, eu não sei, nunca reparei. Deve ser dois, porque eu não teria cem na carteira. Os passos longos até a porta fizeram-me refletir. Por que eu vou sair? Vou pra onde? Por quê? Vou ligar pra minha amiga. Ai, eu não sei o número dela de cor. Verei nas conversas. Ai. Não tem conversa. E agora? Ligo pra qualquer um? Mas, e se for cobrança? E se for uma robótica que atende? E se ninguém atender?
5) Releia o trecho: “Por mais que eu soubesse o que eram, eu queria ver escrito.” Qual o sentimento revelado pelo personagem?
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Resposta:
O sentimento do personagem e amor
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