NÃO HÁ VAGAS
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão.
O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada
em arquivos. Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão nas ofcinas escuras
-porque o poema, senhores, está fechado: "não há vagas".
Só cabe no poema
o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem preço.
O poema, senhores, não fede nem cheira.
1-o poema " Não a vagas" e organizado em duas partes.
a) identifique os versos que pertencem a cada uma das partes.
b) de que trata cada uma das partes?
2-compare algumas das coisas que cabem e que não cabem no poema.
Não cabem| cabem
Arroz |homem sem estômago
Feijão |mulher de nuvens
Telefone |fruta sem preço
Operário |
a) de que tipo são as coisas que não cabem no poema?
b) de que tipo são as coisas que cabem no poema?
c) a oposição entre o que cabe e o que não cabem no poema revela duas comparações diferentes sobre o fazer poético. Quais são elas?
d) o eu lírico se mostra louvável a uma delas? Se sim Qual?
e) faça a escasso dos três primeiros versos do poema.
Soluções para a tarefa
Olá!
O poema “Não há vagas” está organizado em duas partes, ou seja, está dividido entre as coisas que cabem no poema e as coisas que não cabem no poema.
A parte das coisas que não cabem no poema refere-se á condições precárias de vida, custo de vida, preço dos alimentos, condições de trabalho, por exemplo. Por outro lado, as coisas que cabem no poema são aquelas que fazem menção à situação do homem diante de condições precárias de vida.
Se por um lado não cabe no poema o preço do arroz e do feijão, por outro lado o que cabe no poema é o homem sem estômago, possivelmente fruto da miséria que o impede de ter o dinheiro necessário para pagar o custo do arroz e do feijão.
O poema e o eu lírico, portanto, giram em torno desta oposição entre custo de vida e trabalho, e a existência do homem frente a esta situação.