Não há vagas (de Ferreira Gullar)
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
– porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema senhores,
não fede
nem cheira.
03. Qual é o problema social presente no poema? Que classe social (a dos mais ricos ou a dos mais pobres) é a mais atingida por ele? Argumente.
04. De que maneira o fato criticado pelo eu-lírico em 1963 (data de publicação do poema) pode também ser verificado em tempos de pandemia no Brasil de 2021? Argumente.
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Resposta:
3
Explicação:
porque as pessoas sem estudo e não tem valor na vida social
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