Português, perguntado por thedreamings, 1 ano atrás

- Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição de sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz neste caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas.

(Machado de Assis, “Quincas Borba”)



“...e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói”

Sobre a oração grifada, não podemos considerar válida apenas a seguinte afirmação:



A é uma oração vinculada à anterior por coordenação.
B é introduzida por uma conjunção precedida de preposição.
C complementa o sentido exigido pela palavra “motivo”.
D tem valor de complemento nominal.
E tem função sintática de natureza substantiva.

Soluções para a tarefa

Respondido por lucia21aparecida
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A correta é a alternativa A.

Até pelo fato de todas as demais opções estarem corretas (a oração grifada é subordinada substantiva completiva nominal, introduzida pela conjunção integrante “que”), deve ser marcada essa alternativa.


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