Não é raro que as pessoas se recusem a exercer seu direito de participação, sendo vários os motivos de recusa, havendo, entretanto, alguns que são mais frequentes e que devem ser analisados.
Há os que não procuram exercer plenamente seu direito de participação política e se limitam a cuidar dos assuntos de seu interesse particular imediato dizendo que não gostam de política ou que não entendem disso. Acham que esse é um assunto para "políticos". Essa atitude revela inconsciência, demonstra grande alienação, pois quem tem olhos abertos e enxerga a realidade percebe que não existe a possibilidade de fazer completa separação entre os assuntos particulares e os de interesse público. Todo indivíduo exerce alguma influência sobre o meio social em que vive e sofre influência desse meio por mais que procure isolar-se.
DALLARI, Dalmo de Abreu. O que é participação política?.1ª ed. São Paulo: Editora Hedra Ltda, 1983.
Considerando o exposto, é correto afirmar que:
Alternativas
Alternativa 1:
muitas pessoas se negam a exercer seu direito à participação política, deixando, por exemplo, de participar de eleições votando, o que vai ao encontro à ideia de que cada indivíduo é livre para decidir se quer ou não interferir na vida política da sociedade em que está inserido.
Alternativa 2:
é impossível realizar uma absoluta divisão entre aquilo que é de interesse público e o que é privado, deste modo, é importante que os indivíduos não se posicionem ou atuem de maneira alienada a essas questões.
Alternativa 3:
ao optar por não se envolver com temas políticos, o indivíduo revela ter criticidade o suficiente para entender a divisão entre assuntos de foro íntimo e os de cunho coletivo, agindo de forma a não interferir em questões que não lhe dizem respeito.
Alternativa 4:
o conceito de alienação, no contexto em questão, está relacionado ao fato de que alguns indivíduos não sabem dividir o que é público do que é de interesse particular, deixando que questões exteriores à sua experiência individual influenciam em sua vida.
Alternativa 5:
deixar de participar da vida política da sociedade é uma ação consciente, advinda, sobretudo, daqueles que observam o cenário político atual e seus problemas e entendem não ser possível aguardar soluções do Governo, cabendo ao indivíduo transformar sua própria realidade.
Soluções para a tarefa
Eu acho que é alternativa 2
1 é falsa, pois subentende-se que a posição a ser assumida na escolha das alternativas reflita um processo de interpretação do texto, sendo a tese defendida pelo texto a de que não existe a possibilidade de afastar-se dos efeitos da política, de modo que, mesmo que não vote, o sujeito não estaria livre das consequências da participação, não sendo livre para não participar, apenas para não votar, o que, de acordo com autor, é um equívoco terrível.
2 é verdadeira, pois a ideia do trecho, concordemos ou não, é que não se pode dividir absolutamente o que é apenas privado e o que é totalmente não-privado, pois tudo que é público, em algum nível, influencia também aquilo que é privado, de modo que é necessária a participação política.
As demais alternativas vão de encontro às posições do trecho, sendo patentemente falsas.
É correta a alternativa 2.
é impossível realizar uma absoluta divisão entre aquilo que é de interesse público e o que é privado, deste modo, é importante que os indivíduos não se posicionem ou atuem de maneira alienada a essas questões.