Português, perguntado por criistiianoo, 1 ano atrás

Não coisa
O que o poeta quer dizer
no discurso não cabe
e se o diz é pra saber
o que ainda não sabe.

Uma fruta uma flor
um odor que relume...
Como dizer o sabor,
seu clarão seu perfume?

Como enfim traduzir
na lógica do ouvido
o que na coisa é coisa
e que não tem sentido?

A linguagem dispõe
de conceitos, de nomes
mas o gosto da fruta
só o sabes se a comes

só o sabes no corpo
o sabor que assimilas
e que na boca é festa

de saliva e papilas
invadindo-te inteiro
tal do mar o marulho
e que a fala submerge
e reduz a um barulho,

um tumulto de vozes
de gozos, de espasmos,
vertiginoso e pleno
como são os orgasmos

No entanto, o poeta
desafia o impossível
e tenta no poema
dizer o indizível:

subverte a sintaxe
implode a fala, ousa
incutir na linguagem
densidade de coisa
sem permitir, porém,
que perca a transparência
já que a coisa ë fechada
à humana consciência.

O que o poeta faz
mais do que mencioná-la
é torná-la aparência
pura — e iluminá-la.

Toda coisa tem peso:
uma noite em seu centro.
O poema é uma coisa
que não tem nada dentro,

a não ser o ressoar
de uma imprecisa voz
que não quer se apagar
— essa voz somos nós.

Excercício:

1- Releia os últimos versos do poema ''Não objeto'':

O poema é uma coisa
que não tem nada dentro,
a não ser o ressoar
de uma imprecisa voz
que não quer se apagar
-- essa voz somos nós.

A) O que há no poema?

B) Interprete o último verso do poema: '' -- essa voz somos nós''.

5) O poema ''Não coisa'' foi escrito quase 40 anos depois do poema ''Não há vagas'', e ambos abordam o tema da criação poética.

A) Que diferença há na abordagem dos dois textos em relação a esse tema?

B) Que ideia sobre a criação poética está presente nos dois poemas?

Soluções para a tarefa

Respondido por Liziamarcia
204
1- Releia os últimos versos do poema ''Não objeto'':

"O poema é uma coisa
que não tem nada dentro,
a não ser o ressoar
de uma imprecisa voz
que não quer se apagar
-- essa voz somos nós."

A) O que há no poema?

O POEMA é uma coisa que não tem NADA dentro .

B) Interprete o último verso do poema:

'' -- essa voz somos nós''.o poema é um ressoar de uma voz que somos nós--->Ferreira GULLAR quer dizer que somos nós que iremos habitar , incorporar o poema , porque nós que fazemos o poema .

5) O poema ''Não coisa'' foi escrito quase 40 anos depois do poema ''Não há vagas'', e ambos abordam o tema da criação poética.

A) Que diferença há na abordagem dos dois textos em relação a esse tema?
Sim há diferença na abordagem em relação ao tema criação POETICA .

"NÃO COISA " --->ele fala da criação POETICA indagando como é o ofício do poeta , quando faz uma poesia ele se preocupa com o ato poético .


"NÃO HÁ VAGAS "--->ele se preocupa em como transformar a sociedade brasileira , faz uma reflexão sobre como a poesia pode se preocupar com a realidade social .

B) Que ideia sobre a criação poética está presente nos dois poemas?

Que a CRIAÇÃO POÉTICA é fruto de muito trabalho , onde o texto deve ser refeito até ficar perfeito .
Ele discute a própria poesia , o sentido ou a função da poesia .
Para quê e para quem a poesia serve ,

Liziamarcia: obrigada pela MR
criistiianoo: nada, você merece muito mais!!
Respondido por PenhaTop
35
Olá

1) Releia os últimos versos do Poema "Não Objeto"

O poema é algo que não há nada dentro anão ser um ecoar de uma voz que não quer se calar

---essa voz, somos  nós

a) o que há no Poema?
O POEMA ===== '' NÃO HÁ NADA NO POEMA

b)  Interprete o últimos verso do poema 
"Essa voz somos nós!.

Ferreira  Goulart, quis dizer com isso, que somos  nós que iremos habitar,, 

nele, como se o vestíssemos dentro de nós,porque nós fazemos o poema

5) O Poema " Não Coisa" foi escrito quase 40 anos depois do poema.

a) "Não coisa" fala de invenção poética, perguntando como é o trabalho árduo do poeta, quando faz uma poesia, ele se importa de verdade om o ato poético,
"Não há vagas,,,,,,,,,,,

b) A criação poética    é uma labuta sem fim até atingir a perfeição.

Ele "luta" com a própria poesia, o sentido ou a função da poesia.

Para quê e para quem a poesia aceitar e ter serventia.


bons estudos

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